Uma sanduíche é, diz quem sabe, “qualquer tipo de pão com um recheio, geralmente frio”, onde se pode incluir “baguetes, pão pita, ‘wraps’, bagels e produtos do género, mas não hambúrgueres”.

Algumas curiosidades sobre sanduíches

A associação britânica de defesa desta indústria partilhou com o JPN factos curiosos sobre sanduíches. Por exemplo, em 2006 alguém pagou cerca de 429 euros por uma sanduíche “gourmet” no Ebay. Pensa-se que a maior sanduíche pré embalada alguma vez feita media 2,5 metros de comprimento, pesando o mesmo que mil pães. Já entre os ingredientes mais utilizados nas “sandes” não poderiam deixar de figurar queijo, fiambre, frango e ovo. Em termos de combinações, são populares a famosa tosta mista, a BLT (acrónimo de bacon, lettuce, tomato, ou bacon, alface e tomate), ou a famosa “sandes” de manteiga de amendoim e geleia.

Existe uma Sandwich no Reino Unido e três nos Estados Unidos da América (EUA), isto em termos de nomes de cidades. Podem ser vistas no mapa as Ilhas Sandwich (do Sul) nos EUA, nome pelo qual o Havai já foi conhecido. A palavra “sandwich” dá, ainda, nome a coisas tão diversas como filmes, bandas, álbuns, canções e até a um navio da Marinha britânica.
Até a conhecida série de comédia “30 Rock” dedicou um episódio à temática da sanduíche.

Este snack é mundialmente conhecido e apreciado e as referências na cultura popular não se ficam pelas piadas de mandar a mulher para a cozinha fazer sanduíches.

Um “pedaço” de história

Reza a lenda que a sanduíche surgiu em 1762, quando o quarto conde de Sandwich, um jogador
inveterado, pediu ao seu criado que lhe trouxesse pedaços de bife por entre fatias de pão. Tudo para não ter de parar de jogar às cartas. O pedido tornou-se um hábito, que lhe permitia jogar e comer ao mesmo tempo sem sujar as mãos. Cedo já os seus amigos pediam para que lhes fosse servido o mesmo que Sandwich estava a comer. E assim nasceu a sanduíche, há 250 anos, no Reino Unido.

No entanto, a primeira referência à famosa “sande”, ainda que não denominada de sanduíche, encontra-se no século I, quando um rabi da Palestina colocou uma mistura de nozes, maçãs, especiarias e vinho entre dois “matzohs”, biscoitos duros feitos com amendoim, acompanhado de ervas amargas. A ideia desta criação gastronómica era que servisse para relembrar o sofrimentos dos judeus antes de se libertarem do Egito.

Cinco séculos mais tarde generalizou-se o uso de fatias de pão mais duro, que substituíam o uso do prato. A comida era colocada em cima do pão para ser comida com as mãos e, ocasionalmente, com o uso de uma faca. Se o apetite já tivesse sido satisfeito, o pão era dado aos cães ou aos mais pobres, já que na altura a caridade era considerada como um dever religioso.

Apesar de tudo, parece que quem popularizou o hábito de comer sanduíches foi mesmo o conde de Sandwich. Longe estaria ele de imaginar que a sua criação se tornaria um snack mundialmente popular, com cadeias de restauração a ele dedicadas. “Se ao menos ele tivesse registado uma patente…”, queixa-se a British Sandwich Association no seu site.

A verdade é que o conde deixou claro no seu testamento que o seu maior legado ao país era, precisamente, a sanduíche. Mais curioso ainda é que este conde e sua família, de quem herdou o título, não são provenientes da cidade de Sandwich e o primeiro conde da zona era para se chamar conde de Portsmouth.

Indústria da sanduíche celebra o “snack”

Há inúmeros restaurantes e cadeias de restauração multinacionais dedicadas a este snack em
particular. No Reino Unido, esta indústria emprega mais pessoas que a área da agricultura,
um total de cerca de 300 mil. A British Sandwich Association é a “voz” de quem trabalha na área, lançando até a “International Sandwich and Snack News”, uma revista distribuída a quem faz deste o seu negócio, e fazendo a atribuição de prémios aos melhores produtores de “sandes” do país.

A cidade de Sandwich, no Reino Unido, celebrou o aniversário com uma festa que incluiu música ao vivo, feiras gastronómicas, concursos e encenações do momento em que a sanduíche foi criada. Este evento, que decorreu no fim de semana, atraiu visitantes dos EUA, Canadá, Rússia, Alemanha, França e Suíça.

Também o “The Guardian” se junta à celebração da sanduíche, ao distribuir, como suplemento, a
“Get up an Go”, uma publicação virada para a população sénior que dedicou a sua última ediçãoaos 250 anos do snack nascido no Reino Unido.