Um estudo, realizado pelo cientista norte-americano Michael Skinner e pela sua equipa, comprovou que o contacto com elementos pode influenciar a resposta de gerações futuras ao stress e provoca ainda desordens de conduta.

A equipa de Michael Skinner expôs ratos fêmeas grávidas a um fungicida habitualmente utilizado para o tratamento de frutas e vegetais. Provou-se que o fungicida, denominado de vinclozolina, teve consequências sobre a comportamento da terceira geração e dos seus descentes.

De acordo com os resultados do estudo, publicados na última edição da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) “, os roedores mostraram ser mais sensíveis às situações de stress e demonstraram uma maior ansiedade que os descendentes de ratos que não entraram em contacto com a vinclozolina.

Até agora, desconhecia-se que a resposta ao stress pode depender dos fatores ambientais dos antepassados. Os investigadores já tinham demonstrado, anteriormente, que a vinclozolina pode afetar os genes.

Ainda segundo dados do estudo, a socialização do indíviduo e os níveis de ansiedade perante os quais este reage ao stress são limitados não só pelos os eventos da sua vida, mas também pela herança ancestral epigenética. A epigenética está relacionada com as mudanças que acontecem nos genes.

O co-autor deste estudo científico, David Crews, afirmou que “não há dúvida de que assistimos a um aumento real de problemas mentais como o autismo e o transtorno bipolar” e isto não se deve apenas ao facto de vivermos num mundo mais frenético mas, também, pelo efeito dos fatores ambientais.