O projeto N2Fix, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), venceu o Start Up Programme, uma competição nacional de mini-empresas que aconteceu na Fundação Engenheiro António de Almeida, na passada semana. O projeto dos estudantes de Bioengenharia da FEUP consiste numa tecnologia que aumenta a produtividade das plantas, reduz o tempo de maturação e faz com que a utilização de fertilizantes de azoto não seja necessária.

No entanto, a tecnologia ainda não é conhecida porque não pode ser revelada. Como explica André Merieles, um dos responsáveis pelo projeto, as “informações ainda são confidenciais”.

Apesar de André Meireles não poder explicar a tecnologia em si, fala sobre o nome dado ao projeto. “É um trocadilho”, diz André: “o N2 é a fórmula química do azoto e o ‘2Fix’ (para fixar) refere-se à fixação do azoto”. Ou seja, o propósito da tecnologia inventada é substituir a substância azoto.

O conceito, inovador, aplicado a plantas como o algodão (de elevado interesse económico e têxtil), permite o crescimento de plantas em solos mais pobres porque, uma vez que é excluída a necessidade de fertilizantes, apostam-se mais nesses solos. Além disso, sai mais barato aos agricultores que deixam de necessitar de fertilizante, seja nesses ou noutros tipos de solos.

O mercado português servirá de teste à tecnologia que se pretende exportar para vários países do mundo, mas em particular para países europeus que recorrem muito às plantas para produção de têxteis e de biocombustíveis.

A nível da ecologia, o estudante da FEUP afirma que a vantagem é, de facto, “nao usar fertilizantes”. Quanto à tecnologia, André considera que “é uma coisa natural e, por isso mesmo, não reproduz nenhum impacto negativo”.

A caminho da Macedónia

André Meireles, juntamente com José Nuno Leitão, Paulina Carvalho, Mariana Osswald, Maria João Gomes e Sofia Santos – todos alunos de Bioengenharia na FEUP – vai participar na competição europeia que decorrerá de 3 a 6 de julho, na Macedónia, no contexto do Junior Achievement, revela. Após ter alcançado o primeiro lugar na competição nacional, composta por 12 “mini-empresas” finalistas, André garante que, na fase europeia, a equipa vai “tentar dar o melhor e honrar o país e a Universidade do Porto”.

André Meireles avança com o que vai acontecer na Macedónia. “A apresentação será de 4 minutos. Já a entrevista com o júri será de 15 minutos. Para além disso temos um stand promocional da nossa ideia.”

O estudante de Bioengenharia mostra-se satisfeito com a vitória, embora assuma que o projeto roubou muito do seu tempo. “Somos todos finalistas e estamos a fazer a dissertação agora, pelo que é muito difícil conciliar as reuniões do ‘N2Fix’, o trabalho de laboratório e o mestrado”, confessa, apesar de a ideia ter surgido de uma unidade curricular do mestrado, Empreendedorismo, Economia e Inovação. No entanto, André garante “que compensa”.