O grupo “Não-músicos Ensemble”, criado em 2009 para a comemoração do Dia Mundial da Música, no Teatro Municipal da Guarda, vai estar presente no Manobras do Porto e no Serralves em Festa!. Este projeto distingue-se por formar orquestras de pessoas que não são músicos.

O projeto de Nuno Rebelo vai integrar a programação do Manobras, que conta com atividades como movimentos concentrados, concertos, oficinas ou intervenções de rua que experimentem o urbanismo do Porto. Já no Serralves em Festa!, a intervenção do grupo faz parte de um leque de 220 eventos que decorrem no espaço da fundação durante o fim-de-semana.

O início do percurso dos “músicos” vai ser no Terreiro da Sé, às 11h00, no sábado, dia 2 de junho. No domingo, segue-se, então, a participação no Serralves em Festa!. A duração da peça musical em ambos os locais é de uma hora.

À ideia “Não-músicos Ensemble” vai caber a ocupação do centro histórico da Invicta com uma intervenção de rua durante o Manobras, baseada numa orquestra organizada por cidadãos comuns (ou melhor, não músicos).

Criar uma peça musical sem aprender uma nota

Já em Serralves, no dia seguinte, “a ocupação é menos urbanística”. “É o mesmo conceito, mas as características do espaço tornam as coisas diferentes”, revela Nuno Rebelo, adiantando, no entanto, que haverá espaço para “pólos de ocupação musical” também na Fundação, à semelhança do que acontece na Sé. “É uma galeria de exposições”, explica. “O público move-se, apesar de haver uma parte dos participantes da orquestra que se vai movimentando pelas ruas”, diz.

Nuno já tratou dos materiais que vão ser utilizados e os ensaios já estão a decorrer. Na semana passada, o “professor”, responsável pelo hino da Expo98, foi a lojas de ferragens e comprou materiais, como madeiras e ferros, que pretende utilizar nas atuações. Mesmo assim, Nuno Rebelo garante que “os instrumentos não são construídos”. “Os materiais é que são cortados de diferentes maneiras de forma a darem diferentes sonoridades”, assegura.

O desafio é criar uma peça musical que possa ser interpretada por quem não sabe tocar nenhum instrumento. Sem escrever uma melodia ou definir uma única nota, recorre-se apenas à organização de sons e ao seu resultado musical e cénico.

Falta, no entanto, definir os participantes. Para Nuno Rebelo, o ideal seria juntar cerca de 40 pessoas, mas, para já, o projeto conta apenas com 15. Os ensaios gerais começam na quinta-feira, no Ballet-Teatro, na Ribeira do Porto e todos são convidados a participar.