Este ano, o Campeonato Europeu de Futebol é realizado na Polónia e na Ucrânia. O evento vai decorrer durante um mês, em oito cidades distribuídas, igualmente, pelos dois países vizinhos. Mas nem sempre as relações bilaterais foram tão cordiais. No entanto, ambos prometem que tudo irá decorrer dentro da maior harmonia. Yuliya Koval é uma ucraniana a viver em Poznan, na Polónia, há seis anos e explicou ao JPN como os nacionais vivem este momento.

Os dois países da Europa de leste surpreenderam quando, em 2007, venceram o concurso para organizar o evento. A Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) preferiu aquela que parecia ser a proposta mais fraca face a concorrentes de peso, como a Itália ou a união entre a Croácia e a Hungria.

Agora, aqui pode estar a oportunidade para os países se afirmarem através do futebol e demonstrarem todas as suas potencialidades. Pelo menos é o que pensa Yuliya. A estudante de turismo trabalha em hotelaria e acredita que, apesar de os dois anfitriões saírem beneficiados, a Ucrânia têm ainda mais vantagens em acolher o Europeu de Futebol.

“Infelizmente, as pessoas ainda pensam na Ucrânia e na Polónia como sendo pouco desenvolvidos, mas penso que isto vai ser bom, especialmente para a Ucrânia que não faz parte da União Europeia”, garante a estudante.

Euro 2012 pode ser uma boa oportunidade para os jovens

Para além disso, há aqui outro tipo de vantagens que ultrapassam a mudança de imagem dos países no contexto europeu. Neste sentido, Yuliya é objetiva a apontar as oportunidades que os países têm de aproveitar. “Isto é uma oportunidade para a juventude. Os países precisam de voluntários e os jovens podem mostrar as suas competências, ganhar experiência e isso são pontos a favor no currículo”, garante.

Deste modo, as vantagens do evento estão evidenciadas, mas é normal fazer comparações e tentar perceber quem se pode sair melhor. Para Yuliya, fazer distinções entre o país onde nasceu e aquele que a acolhe não é fácil, mas admite que a Polónia pode estar em vantagem.

No entanto, o essencial passa por saber canalizar os recursos e o entusiasmo para novas oportunidades no futuro. Tanto polacos como ucranianos estão, na maioria, satisfeitos com a realização do EURO 2012 mas, para Yuliya, os restantes europeus têm de acreditar nesta parceria e, em particular, apoiar a Ucrânia, que tem recebido muitas críticas a pouco tempo do evento. “Eu acho que as autoridades vão saber reutilizar os equipamentos, mas agora é necessário não criticar a Ucrânia, porque o país nunca recebeu um evento destes antes” diz.