É sob o tema “Lugares Criativos” que “O Portugal Criativo” regressa ao norte do país, promovendo encontros entre pessoas e ideias, com o objetivo de pensar o presente e o futuro das cidades, o que, em termos concretos, significa a construção e a manutenção das urbes criativas.

De amanhã, quinta-feira, até ao próximo sábado (de 21 a 23 de junho), a Agência de Desenvolvimento para as Indústrias Criativas (ADDICT) agendou conferências, encontros e um concurso de ideias. Partindo da criatividade, pretende-se impulsionar o desenvolvimento do país a nível económico e social, num evento cofinanciado pelo programa COMPETE (Sistema de Apoio a Ações Coletivas), ao abrigo do Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013.

Este evento, que já vai na terceira edição, “pretende ser um momento para discutir os recursos e o potencial do setor e dos seus agentes”, clarifica a diretora executiva da ADDICT, Cristina Farinha. “Vai permitir troca de experiências e contactos para que se criem sinergias e oportunidades de negócio, porque falta conexão entre as pessoas, o mundo empresarial e os lugares”, acrescenta.

Inscreva-se para participar

A participação na iniciativa “O Portugal Criativo” faz-se mediante inscrição no site da ADDICT. Os preço variam entre os 7,5 euros para um passe diário de estudante e 75 euros para uma entrada de adulto para os três dias. Para os associados, as entradas são gratuitas.

No Coliseu do Porto vão decorrer quatro conferências, nos dias 21 e 22, que se propõem a dissecar a criatividade a partir de diferentes perspetivas como negócio, pessoas, territórios e internacionalização. Este último painel vai contar com a presença de oradores internacionais da Galiza e do Reino Unido, para que “se tenha conhecimento de outros estudos de caso e se abram portas para a internacionalização”, explica.

Paralelamente, a 22, os sócios da ADDICT vão ter oportunidade de assistir a sete encontros empresariais entre entidades nacionais e internacionais do setor audiovisual. No dia 23, o último dia do programa, a iniciativa vai subir até à Capital Europeia da Cultura. Em Guimarães, está prevista a visita a várias infraestruturas relevantes, destacando-se o Centro para os Assuntos de Arte e Arquitetura, o Instituto de Design, a Plataforma das Artes e a Fábrica ASA.

Laboratórios criativos, a novidade da 3.ª edição

Uma novidade na edição deste ano são os laboratórios criativos dirigidos aos municípios da região norte interessados em implementar estratégias e políticas de desenvolvimento urbano com base em atividades culturais e criativas. A partir de 29 de maio e até ao final de junho, em Santo Tirso, Braga, Viana do Castelo, Paredes, Bragança e S. João da Madeira vão ser organizadas, durante a manhã, sessões de trabalho no terreno com técnicos de planeamento e gestão urbana, incluindo uma visita guiada a equipamentos e projetos do setor criativo, durante a tarde. Em Santo Tirso, o tema de debate já está escolhido e deverá ser o papel do design na economia das regiões e dos países. “Os resultados vão ser apresentados na sessão de abertura das conferências”, sublinha a diretora executiva.

Além das conferências, encontros e laboratórios, “O Portugal Criativo”, dinamizado pela Fundação da Juventude, vai tentar alertar os mais jovens para a importância da criatividade, lançando um concurso – “Como melhorar a tua cidade?” – de ideias a jovens e a estudantes do ensino secundário e superior. Entre setembro e dezembro, os participantes devem sugerir ideias de intervenção audiovisual ou multimédia para requalificar alguns espaços urbanos na região do Grande Porto, Guimarães e Braga, com vista a melhorar a sua utilização. “Esperemos que haja interesse por parte dos autarcas para porem em prática as ideias vencedores, embora este seja apenas um concurso de ideias”, afirma Cristina Farinha.

Norte, uma região criativa

A região norte foi escolhida como palco para esta iniciativa porque se está a assistir a uma mudança de paradigma de uma produção tradicional em larga escala, onde falta investir em infraestruturas criativas “para um modelo em que as indústrias criativas são muito expressivas”, justifica a diretora executiva da ADDICT. Assim, existe no norte do país um potencial criativo passível de ser explorado. “Tem-se investido em centros de saber ligados às indústrias criativas, nos ramos da arquitetura, design e novas tecnologias, com recursos humanos jovens e qualificados”, acrescenta. “Simultaneamente, há um património histórico muito rico, novas estruturas e muitos eventos criativos de excelência”, conclui Cristina Farinha.

No que respeita à adesão à terceira edição de “O Portugal Criativo”, a ADDICT espera receber 700 participantes apenas nos dois primeiros dias de conferências no Coliseu, entre decisores políticos, académicos e estudantes do setor criativo, empresas e todos os que tenham interesse pela criatividade.