O engenheiro informático Bruno Costa tem 24 anos e uma enorme vontade de provar que os produtos portugueses também têm um lugar no mercado internacional. Pegou na mochila, na câmara de filmar, num par de chinelos e umas coisas mais e decidiu percorrer a Europa à procura de ideias para novos negócios. O relato da viagem, com início previsto no dia 5 de julho, vai poder ser acompanhado no site Grand Startup Tour.

Durante o mês de julho, o engenheiro informático vai percorrer “seis ou sete cidades”. O número de cidades ainda não é certo “porque o plano está em aberto”. O Porto será a primeira cidade onde vai encontrar-se com empreendedores de empresas recentes na área da tecnologia, para perceber como funcionam, quais são as vantagens e principais diferenças entre criar uma “start-up” em Portugal e noutro país da Europa.

A coisa ainda não está muito bem planeada, diz Bruno, mas o projeto Grand Startup TV é um site onde o engenheiro vai documentar – em vídeo – tudo o que de interessante encontrar. “Vou entrevistar as pessoas por detrás das empresas, e também alguns pontos interessantes de cada cidade”, acrescenta. A viagem será em modo “low cost”: voos a preços baixos, “couchsurfing” e o mínimo de bagagem possível.

Promover “start-ups” nacionais

O projeto tem ainda um outro lado: “a ideia também é levar o que cá se faz de melhor na área da tecnologia”. Bruno Costa quer mostrar à Europa, que “cá também é possível criar empresas com potencial de exportação”. Para isso, no final da viagem, vai reunir tudo o que foi publicado na Grand Startup TV e fazer um documentário com todos os exemplos de ideias e negócios criativos das empresas nas várias cidades visitadas. Isso também poderá servir como fonte de inspiração para a criação de novas empresas em Portugal.

E onde estão estas “start-ups”? “Sei que Berlim, neste momento, é muito forte a nível de desenvolvimento tecnológico porque tem capital externo e de privados, para investir”, explica Bruno Costa. Algo que, para o engenheiro informático, será a maior diferença entre as novas empresas de Portugal e as de países como, por exemplo, a Alemanha.

No fundo, o que existe “é apenas um sentido de oportunidade diferente”. Ao contrário do que ultimamente se tem vindo a observar, Bruno Costa não quer ir lá para fora. É otimista, e acredita que os portugueses “têm que ter mais ambição, perder o medo de falhar, fazer realmente as coisas e mostrar lá para fora”.

Bruno Costa trabalha, atualmente, na “start-up” muchbeta. Conhece várias “start-ups” com carimbo português, porque está envolvido na comunidade de empreendedorismo no Porto. A Grand Startup Tour surgiu quando apresentou o projecto na Switch Conference, em Lisboa.

A ideia foi bem recebida, principalmente nas redes sociais. Conseguiu dois “sponsors” e recebeu inúmeros convites de toda a Europa, a solicitar a sua visita. “De Itália, todos os dias recebo convites para lá ir, também querem que eu vá a Copenhaga”, conta. Mas foi um convite de Mostar, na Bósnia, que surpreendeu Bruno Costa. “Fiquei mesmo contente por receber convites de locais onde nem sequer tinha pensado que a Grand Startup TV pudesse chegar”, diz.