Durante o mês de setembro, a Internet Watch Foundation (IWF) – organização inglesa que procura denunciar a disseminação de conteúdos sexuais ilegais na Internet – procurou perceber quantas imagens e vídeos sexualmente explícitos de jovens eram publicados por eles próprios em redes sociais e outros sites.

Ao longo de quatro semanas de análise, a IWF encontrou mais de 12 mil fotos e vídeos deste tipo, espalhados por 68 endereços na Internet. Mas detetou ainda outra realidade preocupante: 88% destes elementos estavam em sites pornográficos.

Daqui, a IWF conclui que estes sites foram aos locais originais onde os jovens publicaram as imagens e roubaram-nas para uso próprio, com vista a renovar as páginas (e os “rostos”) dos seus contéudos impróprios.

Na sequência destas conclusões, Susie Hargreaves, diretora da IWF, alerta que “os jovens têm de perceber que assim que uma foto ou um vídeo são colocados online, é provável que nunca mais os consigam eliminar inteiramente”.

Os números “inquietantes”

Mesmo assim, as 12.224 imagens (7.147 fotos e 5.077 vídeos) encontradas nos 68 sites, são o que mais preocupam Susie Hargreaves: “Este estudo dá-nos um indicador inquietante do número de fotos e vídeos na Internet de jovens a posar ou a praticar atos sexuais explícitos”. Mas as 10.776 imagens (88%) que foram roubadas e encontradas em sites pornográficos, são aquelas que têm o potencial de destruir a vida dos jovens em questão.

Amanda Todd, uma adolescente canadiana de 15 anos, foi a vítima mais recente deste tipo de situação. Depois de ter mostrado o peito a um desconhecido na Internet, viu a fotografia ser divulgada em vários locais. Durante três anos tentou lutar contra o ciberbullying que sofria. Mudou de casa, de escola e de cidade, mas nunca conseguiu fugir daquela imagem ou eliminá-la completamente. A 10 de outubro não resistiu à pressão e suicidou-se.