A revista Lonely Planet, especializada em viagens e turismo, elegeu a bifana como uma das iguarias gastronómicas portuguesas que ainda é desconhecida para quem visita o país. Deu destaque à de Vendas Novas, mas para que não restem dúvidas, fica a sugestão de cinco sítios para provar as melhores bifanas do Porto – com ou sem caldo verde.

Conga – Rua do Bonjardim, 314 – 318 (1,80 euros)

A Conga não precisa de apresentações. É, por excelência, a casa das bifanas do Porto e uma das tascas mais badaladas da blogosfera. Pertinho do Rivoli, é conhecida pelo molho picante de “ficar com a boca a arder”. O segredo não se revela, mas os ingredientes incluem colorau, banha, cerveja e piri-piri: uma receita que veio de Angola há 34 anos. As bifanas estão sempre quentes, e não são umas bifanas quaisquer: o pão é bijou e o bife é substituído por tiras de carne de porco cortada muito fininha. Com um serviço agradável e um ambiente familiar, é ainda uma opção para quem janta cedinho. Até às 21h00, ainda se trincam três bifanas – diz o proprietário que é a média de um cliente normal.

Casa Correia – Rua Dr. Barbosa de Castro (1,80 euros)

Não muito longe da Conga, fica a Casa Correia. A caminho da Cordoaria, entra-se na típica tasquinha com toalha de mesa aos quadrados e bancos de madeira. A especialidade são as “tripinhas”, mas a bifana não fica nada atrás. Em pão robusto com um bife grosso, a bifana é mais saudável, já que o molho é opcional. “Muitos clientes preferem só o bife grelhadinho, então o molho tradicional é opcional. Nós fazemos e o cliente escolhe se põe ou não”, explica o Sr. José. A servir de acompanhamento, nada melhor que as sopinhas caseiras a que a D. Filomena dá um toque especial. A Casa Correia fecha cedo, por volta das 20h00, mas faz bifanas a qualquer hora. Há que experimentar, já que o Sr. José se queixa de que há cada vez menos clientela: “agora preferem essas comidas de plástico”, desabafa.

O Astro – Rua da Estação, 16 (1,60 euros)

Mesmo em frente à estação de Campanhã, o Astro é o local perfeito para os viajantes redobrarem as forças. Aberto desde 1979, pequeno, com um balcão e uma mesa sozinha, é o típico sítio de “petiscar e andar” – a menos que queira provar o famoso caldo verde. No Astro, as bifanas são feitas de “segredos” e não se revelam os ingredientes e o caldo verde é o melhor acompanhamento. Ambos feitos na montra à vista de quem passa, são uma verdadeira tentação. A preocupação com os produtos frescos e de qualidade é o que vale a fama ao cozinheiro Albino. “Bifanas é aqui!”, diz ele. Com horário prolongado até às 24h00, só não come bifana quem não quer.

Rei das Bifanas – Rua Chaves de Oliveira, 188 (1,65 euros)

O Rei das Bifanas abriu há mais de 30 anos, mas já mudou muitas vezes de gerência. De qualquer forma, muitos dizem que a bifana não mudou e continua a fazer salivar os portuenses. Os ingredientes são um segredo que as empregadas não revelam. Uma coisa é certa: “Quem gosta aqui, gosta aqui!”, garantem. Acompanhadas pela cerveja ou pelo copo de vinho do porto, não são servidas muitas por dia, mas “bastantes!”, garante o proprietário. Mas mesmo com clientela fixa e aberto até as 23h00, “a troika sente-se”, conta. “De há um ano para cá, foi quase uma quebra de 40%”.

Casa Portista – Rua Mártir São Sebastião, 120 (1 euro)

Na Casa Portista não é só a qualidade da bifana que faz a diferença: o preço também é muito apetecível. “São boas e baratas”, diz Ana, “com dois euros já se come um caldo verde e uma bifana e sai-se daqui com uma refeição feita”. Ana é a nora da D. Guilhermina, a mestre das bifanas. Diz que as sandes são apimentadas, mas nada com “muito exagero” e, apesar de não querer revelar o segredo, garante que é o molho que faz a diferença. Á hora de almoço, a Casa Portista enche: “até as pessoas dos escritórios aqui à volta cá vêm”, conta. Ana não têm noção de quantas bifanas vende, mas garante que todos os dias serve um “panelão”. No inverno a casa fecha mais cedo (22h00), mas no resto do ano é garantida a bifana até à meia-noite.