O conceito de “jornalismo MacGyver” pode ser a resposta para a crise nos órgãos de comunicação social. Com menos receitas publicitárias, os media vêem-se obrigados a fazer cortes e a reduzir as equipas de profissionais. No momento de decidir quem sai e quem fica, os mais “elásticos” podem respirar fundo.

Explicar o conceito

“Jornalismo MacGyver” é um novo conceito lançado por Anabela Gradim que nos diz que o jornalista do futuro é um one man show. Homem dos mil e um recursos, trabalha sozinho, equipado com uma câmara de vídeo digital, telefone satélite, laptop com software de edição de vídeo e html, e ligação sem fios à internet. Será capaz de produzir e editar notícias para vários media: a televisão, um jornal impresso, o site da empresa na internet, e ainda áudio para a estação de rádio do grupo.

Para Júlio Magalhães, “um jornalista que só faz política ou desporto é dispensado”: ser especialista numa determinada matéria é importante, mas já não é suficiente. O “novo jornalista” não diz que não sabe editar um vídeo, nem que é da rádio ou da televisão. É multifacetado e hiper-especializado.

Para os jovens com aspirações no jornalismo, fica a dica: “Quanto mais fizerem melhor”.
No entanto, fazer mais e melhor não é regra só para alguns. Segundo o antigo jornalista da TVI, os jovens têm de estar preparados para os novos contornos do mercado de trabalho. Sem perspetivas de emprego para toda a vida, conseguir uma primeira oportunidade é algo raro e que deve ser aproveitado. Hoje, “ir para fora não deve ser encarado de forma dramática”. Pelo contrário, a ideia de mobilidade pode ser a solução para muitos que não têm lugar no país.

Fim dos generalistas

Segundo Júlio Magalhães, o quadro televisivo generalista vai desaparecer. Os atuais quatro principais canais “vão perder importância no mercado” e vão reafirmar-se as preferências das novas gerações: os canais temáticos. “O futuro é eliminar o pivô” e as pessoas terem acesso a um alinhamento personalizado, selecionando apenas o que lhes interessa.