Esta quarta-feira, vários pontos da capital italiana foram ocupados por manifestantes de todas as idades. Crianças, jovens, adultos e idosos uniram-se com o mesmo propósito: mostrar descontentamento.

Os estudantes também se mostraram solidários: no ensino superior, todos se reuniram no campus da Università La Sapienza, enquanto os alunos do ensino secundário acorreram à zona da Pirâmide, num protesto ao qual também se juntaram estudantes da universidade Roma Tre. Já a classe trabalhadora e os pensionistas organizaram marchas e comícios por toda a cidade.

Através de faixas, cartazes e hinos, os manifestantes exigiram a defesa do direito à educação, à democracia e à liberdade, assim como a igualdade e o direito ao trabalho. Em Roma, a população apelou a uma alteração política, com base no controlo à fraude e à evasão fiscal, ao respeito pela contratação ativa e diálogo social, à garantia de emprego para a camada jovem e ao incentivo ao investimento e à contratação coletiva.

Segundo Susanna Camusso, secretária-geral da CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho), esta greve era “indispensável”, uma vez que “não se deve esperar mais tempo para se contestar contra a política de austeridade e rigor que a Europa impõe a todos os Estados”. “As políticas de austeridade criam desemprego e pioram as condições de vida de milhões de pessoas em toda a Europa. Temos de responder rapidamente alterando as políticas”, afirma.

Manifestações multiplicaram-se por todo o país

A adesão por parte de mais de cinco mil estudantes, assim como de milhares de trabalhadores e reformados, levou ao corte de algumas estradas e à alteração do trajeto de vários autocarros. No entanto, a rede de transportes públicos (ATAC) não aderiu à greve, mantendo a fluência de transportes nos locais não congestionados.

Na maioria dos casos, as manifestações foram pacíficas mas alguns protestos estudantis culminaram no arremesso de objetos às forças policiais. No final do dia, o balanço foi de 16 feridos, todos eles membros da força policial, e 144 manifestantes identificados por conduta desordeira.

Para além de Roma, outras cidades italianas aderiram à greve. As manifestações estenderam-se a Milão, Bolonha, Torino, Nápoles, Veneza e Pádua, onde as praças principais de cada cidade foram ocupadas em sinal de protesto.