Matosinhos, com cerca de 144 mil eleitores, é uma das câmaras mais importantes da zona Norte do país, pelo que se adivinha uma luta acesa pela liderança. O Partido Socialista encontra-se no comando há 36 anos e tenta manter a “tradição rosa” no concelho. Contudo, a escolha de António Parada para cabeça-de-lista está envolvida em alguma polémica.

A Comissão Política do PS Matosinhos aprovou, em reunião realizada no dia 9 de novembro, António Parada como candidato à liderança da câmara. Atual presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, foi apontado como escolha do partido em detrimento da recandidatura de Guilherme Pinto que cumpre o seu segundo mandato na Câmara Municipal (recorde-se que o máximo legal são três).

Guilherme Pinto mostrou-se disponível para mais um mandato à frente da câmara e, já depois de conhecida a decisão da Comissão Política, afirmou que se tiver o apoio dos matosinhenses, avançará para uma nova candidatura. Contudo não referiu se o pode fazer como independente.
Segundo os estatutos do PS, quando existem dois candidatos dentro do partido deve promover-se as eleições primárias para efetivar a escolha. Sendo este cenário rejeitado pelo atual presidente da Câmara, pelo que será apenas o nome de António Parada a ser apresentado aos órgãos distritais e nacionais do partido para que seja oficializada a escolha.

PSD e CDS-PP não renovam coligação

Já o Partido Social-Democrata apontou Pedro da Vinha Costa como candidato à Câmara de Matosinhos. O nome do atual líder concelhio do partido foi escolhido, por voto secreto, na última da reunião da Comissão Política Alargada da Distrital do PSD Porto. Foi a primeira deliberação do partido quanto a candidatos autárquicos no distrito do Porto. “O objetivo é ter mais um voto do que o adversário”, disse o candidato à Lusa, sublinhando que essa meta será “facilitada” porque o PS, no poder, está “cansado e desgastado”.

Apesar de não ter escolhido ainda o seu candidato, o CDS-PP já anunciou que apresentará um candidato próprio, rompendo com as coligações realizadas com o PSD em 2005 e em 2009.
Já o Partido Comunista Português não apresentou ainda o seu candidato mas espera-se que apresente um nome com algum peso dentro da estrutura partidária como foi o caso de Honório Novo em 2009. Também o Bloco de Esquerda mantém a a indecisão, mas a vontade dos bloquistas deverá passar por melhorar o resultado obtido nas últimas autárquicas, onde recolheu 2,68% dos votos.

Existe ainda a possibilidade de surgirem movimentos independentes, como foi o caso de Narciso Miranda que obteve o segundo lugar nas eleições de 2009 e que recolheu 30,7% dos votos, conseguindo a eleição de 4 mandatos.