O Porto é uma capital europeia turística por excelência. Por isso, já é habitual ver pelas ruas guias turísticos a explicar em mil e uma línguas as histórias por detrás dos edifícios, monumentos e estátuas. Contudo, desde Maio de 2012, um novo conceito tem vindo a revolucionar a forma de conhecer e explorar a cidade a pé e sem um custo definido. Chama-se Walk Around Porto.

Os fundadores deste serviço foram quatro jovens estudantes: João Figueirinhas Costa, Miguel Lobo de Macedo, Mário Alves e Pedro Lima. A ideia criativa partiu de uma simples viagem que João Costa fez ao Budapeste, onde teve a oportunidade de participar num Free Walking Tour. Como gostou da experiência achou que “o conceito faria todo o sentido no Porto”.

O Walk Around Porto começou a ter pernas para andar graças a uma parceria que fizeram com o Optimus Primavera Sound que lhes permitiu colocar à prova o sistema de tours e dar-se a conhecer na cidade.

Os circuitos começam tendencialmente na estação do metro da Trindade ou na Praça Carlos Alberto. Depois algumas das paragens obrigatórias são o Mosteiro de São Bento da Vitória, o Mercado do Bolhão, o Passeio das Virtudes, o Majestic Café, entre outros.

Apesar destes pontos de referência, o serviço sobressai pela sua “flexibilidade e informalidade”, uma vez que “as pessoas podem escolher os percursos conforme os seus gostos” realça João Costa.

“Get to know Porto like a local and become a Porto lover like us”

Com apenas seis meses de actividade, o Walk Around pretende, essencialmente, mostrar aos turistas “a magia do Porto e o ambiente único que proporciona”. Daí o lema do serviço ser “Get to know Porto like a local and become a Porto lover like us” (“Fica a conhecer o Porto como um local e torna-te um apaixonado pelo Porto como nós”).

João Costa destaca que “as visitas não têm qualquer preço estipulado”. Assim, “os turistas pagam aquilo que acham que devem pagar consoante a experiência que tiveram”. Mas apesar das tours serem gratuitas, “é sempre pedida uma gorjeta”, sendo que o valor desta é decidido pelo turista.

Um dos objectivos futuros é conseguir que o Walk Around chegue a outras cidades portuguesas e internacionais. Por isso, “todo o dinheiro recebido das gorjetas é utilizado para fazer investimentos de expansão da marca”, esclarece João Costa.

“Não somo guias turísticos profissionais”

João Costa explica que os guias do Walk Around “não são profissionais”, isto, porque, não têm qualquer tipo de formação específica na área turística. Apesar disso, acrescenta que o mais importante é oferecer “experiências genuínas para que as pessoas se sintam a vontade numa tour que pode ir até onde elas quiserem”.

Se as pessoas que procuram o serviço estão a espera de um mero relatório histórico sobre a cidade talvez as tours não sejam as mais indicadas para elas. O que o Walk Around pretende mesmo é “tirar partido do melhor da actualidade social, política e cultural da cidade”, isto, claro, sem nunca esquecer alguns dos aspectos mais significativos da história portuense.

Inicialmente o Walk Around tinham definido fazer três tours semanais, mas agora prestam o serviço por marcação prévia. Mas João Costa adianta que “em breve” as tours vão começar a ser feitas regularmente.