Mesmo com uma média de 5 milhões de validações por mês, a Metro do Porto ainda não é uma empresa autossustentável. No final de 2011, o endividamento da empresa de transportes ascendia aos cerca de 2,5 mil milhões de euros.

Em entrevista ao Expresso, Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, admite as dívidas da Metro, que diz deverem-se a “um problema de financiamento e falta de indemnizações compensatórias”. Algo que, segundo o próprio, “é comum à generalidade das empresas de transportes”.

De acordo com o último Relatório de Contas da Metro do Porto, de 2011, uma grande fatia do orçamento previsto foi gasto em obras (1,8 mil milhões) e em encargos financeiros (0,5 mil milhões), o que significa que cerca de 90% do passivo do Metro se refere a obras de construção e expansão da rede.

Menos dívida e mais passageiros

No entanto, apesar da dívida e dos resultados financeiros negativos, 2011 foi um ano de mudança na Metro do Porto. A procura aumentou e o número de clientes transportados registou um crescimento de 4,1% face a 2010 (mais 2,2 milhões de validações): um número de passageiros que ultrapassa os 55,7 milhões por ano ano e que se refletiu num aumento de 14,1% de receitas em bilheteira.

O aumento das vendas de bilhetes e a diminuição dos custos diretos de exploração têm contribuído para uma progressiva estabilidade nas contas da Metro do Porto. A administração espera que no final de 2012, caso seja excluído o serviço da dívida, se atinja o ponto de equilíbrio nas contas da empresa. No entanto, as dívidas só serão soldadas em 2028, depois da liquidação total das amortizações.

Para além de um equilíbrio nas contas, nas comemorações do décimo aniversário do metropolitano, a administração espera festejar os 380 milhões de passageiros transportados em toda a rede da Área Metropolitana do Porto desde 2002.