O site do JornalismoPortoNet nem sempre teve este aspeto e a 26 de maio de 2004 era assim que aparecia aos leitores. O da Universidade do Porto data de 1996 e era ainda mais rudimentar. A primeira versão do Sapo, desenvolvida em meio académico, é do mesmo ano e foi o primeiro motor de busca da internet – mas em 1998, não tinha nada a ver com o Google.

A ideia de relembrar a história da Internet portuguesa foi ideia da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), que criou o Arquivo da Web Portuguesa, onde é possível consultar novamente as versões anteriores de sites ou mesmo páginas portuguesas que já foram extintas, como a da Expo 98.

“Oito em cada 10 dos Favoritos que guardou, perderam-se”

Pedro Veiga, presidente da FCCN, diz que a motivação deste projeto nasceu devido à “existência efémera” que os conteúdos têm na internet. “Cerca de 50 por cento dos conteúdos disponíveis hoje, passam a estar indisponíveis passados apenas dois meses e 80 por cento dos conteúdos são alterados ou desaparecem passado um ano”, refere.”Oito em cada 10 dos Favoritos que guardou, perderam-se”.

Neste momento, são cerca de 1500 milhões de conteúdos arquivados entre 1996 e 2011 que estão agora ao dispor dos internautas – qualquer coisa como 45 TeraBytes de informação. No arquivo só entram conteúdos alojados sob o domínio .PT – ou de interesse nacional – e qualquer pessoa pode sugerir endereços para enriquecer a plataforma.

O projeto já nasceu em 2008 mas só no passado dia 6 de dezembro foi disponibilizado ao público. O objetivo é “contribuir para o progresso da Internet portuguesa, dando acesso a conteúdos, muitos deles com qualidade e interesse histórico e que só desta forma poderão estar acessíveis a estudantes, investigadores jornalistas e ao público em geral”, salienta o professor, em comunicado.