Decididos a “apanhar o comboio” e a tentar aproveitar o sangue novo que chegava ao Porto com a Capital Europeia da Cultura, a equipa do Maus Hábitos lançou-se à aventura, sem apoios públicos. Ao longo de mais de uma década têm resistido e continuam a conquistar terreno.

O Maus Hábitos, não tem, no entanto, “um carácter portuense e, se calhar, nem tem um carácter português”. Segundo Daniel Pires, diretor do espaço artístico, o público do Maus Hábitos é 60 a 70% estrangeiro.

Isto “é um projeto de vida”

Ainda assim, para Daniel Pires, “o Maus Hábitos não é alternativo” e o próprio meio alternativo “não existe mais”. Mas é um bar com “alma e identidade, o que faz com que seja mais difícil de matar”. Isto “é um projeto de vida, não é uma forma de fazer dinheiro”, garante.

Negócio ou não, há sempre que torná-lo sustentável e as iniciativas inovadoras, como os almoços vegetarianos ou o Lunch Beat,vão ajudando e permitem que a afluência se mantenha relativamente alta. Mas o Maus Hábitos não é imune à crise: “Vive-se em regime de sobrevivência”, afirma.

Só na programação é que não parece, definitivamente, existir crise. Com projetos das mais variadas áreas, pode tornar-se num processo de gestão complexa. “Chegamos a receber umas 60 a 70 propostas por semana”, conta o diretor. E mesmo que 2013 ainda seja uma incógnita, Daniel garante que a equipa fará o que for necessário para o que “projeto artístico” continue vivo.