Dizer que a crise económica tem afetado o orçamento dos estudantes não é novidade nenhuma. Mas, nesta altura, o aumento no preço dos transportes é uma das medidas de austeridade que mais custa aceitar. Por causa disso, ir a casa torna-se difícil e, este Natal, são vários os alunos que vão ter de ficar no Porto.

Clara Novaes estuda no Instituto Superior de Administração e Gestão, no Porto. É brasileira e está em Portugal há quatro anos. Veio para a Europa incentivada pelos pais e à procura de um currículo melhor. Desde que deixou o Brasil, nunca mais passou o Natal em família. E se ao início lhe custou, agora já se tornou um costume. “Nos primeiros dois anos foi complicado, mas agora, para mim, apesar de ainda fazer diferença, não tem o impacto que tinha dantes. Já me acostumei”, diz ao JPN.

Também Vlad Togui vai passar o Natal fora do seu país. Tem 21 anos e é da Roménia. Está em Portugal, ao abrigo do programa Erasmus, a estudar na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. O facto de os voos terem um custo elevado nas épocas festivas, faz com que Vlad fique no Porto, desta vez.

Mas se Vlad Togui não vai à Roménia, vem a Roménia até ele. Não vem a família toda, mas vem o irmão, porque o preço das viagens ficava mais em conta.

Um Natal diferente

No entanto, não é só aos estrangeiros que a conjuntura obriga a ficar em terra. Tomás Freitas, aluno da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, é da ilha da Madeira. Já estuda no Porto há dois anos e nunca viveu o Natal sem a família. Mas porque o preço das viagens, este ano, não encaixa no orçamento familiar, o estudante madeirense vai, pela primeira vez, passar as festas longe de casa.

Também Clara Novaes vai ficar, outra vez, longe da família. Como vai ser o Natal da brasileira? “No ano passado vivi-o com uma amiga minha da faculdade. Este ano convidou-me de novo e vou passar com ela”, conta a estudante, que vê nos amigos a companhia ideal para a noite de consoada.

Apesar das saudades da família que sentem nestas épocas especiais, estudar cá compensa. Clara diz que “há um preço que se paga quando se sai do país natal, mas, no fim, tudo compensa”.