A EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza – é uma organização que luta contra a pobreza extrema no país. O padre Agostinho Jardim Moreira, presidente da organização, diz que o objetivo é “estabelecer uma rede entre várias instituições e vários grupos na luta contra a pobreza e à exclusão social, assim como reconduzir a capacidade de ação e de iniciativa para o projeto e promover a participação”.

EAPN

A EAPN deriva da sigla inglesa European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza), é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1990, em Bruxelas. Está representada em 30 países, através de redes nacionais. Em Portugal, marca presença há mais de 20 anos. A ação da EAPN Portugal, sediada no Porto, estende-se a todo o país através de 18 Núcleos Distritais.

Os projetos passam pelas mais diversas áreas, do “desenvolvimento de serviços e formas de intervenção” à “proteção social” ou à “melhoria da qualidade de vida de pessoas ou grupos”. As ações “são muito importantes e têm relevo na sociedade”, conta, mas “casos milagrosos não existem”. “A mudança é lenta”, explica. O fundamental, diz o padre Jardim, como é conhecido, “é o reconhecimento de que somos todos iguais”.

Em 2010, o presidente da EAPN chegou mesmo a receber o prémio dos Direitos Humanos e diz que “foi bom ser reconhecido a nível internacional”, mas a recompensa, diz, vem “do Outro, não são os homens”.

“Estamos a viver o colapso do sistema capitalista”

No Porto está situada um dos núcleos distritais da organização e o padre Jardim integra uma das paróquias mais pobres do distrito. Sente as dificuldades das pessoas e diz mesmo acreditar que “estamos a viver o colapso do sistema capitalista”. As medidas de austeridade fazem com que “as grandes riquezas mundiais estejam a dominar a maioria da população e a fazer dela escrava”, afirma.

E a crise, acredita, tem desvirtuado as pessoas – que vêm na religião “uma fuga às dificuldades”, e “isso não é ser católico” – e a Igreja – que não tem assumido a missão de praticar o sentimento de bondade e partilha com o próximo”. A única coisa que tem feito é “deixar correr a situação”, remata.