O projeto chama-se "Variações sobre a Europa" e quer fazer dos portugueses verdadeiros "cromos" da Europa: cromos daqueles que ficam a saber tudo o que há para saber sobre o assunto e cromos virtuais, ao estilo dos do José Cardoso.

A Comissão Europeia desenvolve, todos os anos, um Plano de Comunicação. Este ano, cansou-se das canetas, dos panfletos e das t-shirts e lançou um desafio, que foi conquistado pela Setepés, uma empresa portuense do setor criativo e cultural.

Longe de se identificar com a comunicação formal, a equipa propôs o “Variações sobre a Europa“, que quer combater o “europês”, pôr os cidadãos a “pensar a Europa” e a serem uns verdadeiros cromos do tema, já que, como explica Vânia Rodrigues, “quanto mais passiva é a sociedade, menos dispostas as pessoas estão a expressar-se” sobre o assunto.

O objetivo é simples: relacionar a expressão criativa com os hábitos de expressão democrática. O primeiro passo, portanto, é criar o seu cromo digital: até 31 de maio, altura em que termina a campanha, têm que existir mil. “A Thousand European Staring Back at You”, que contou com a colaboração do designer José Cardoso, exige ainda que, associado ao cromo, esteja uma opinião sobre o assunto, já para se ir habituando.

Acabaram-se as canetas: agora são fanzines, postais e curtas-metragens

Porque desengane-se quem pensa que a iniciativa se fica por aqui. Em dezembro, a empresa desafiou jovens, adultos e séniores a “desconstruir o discurso europeu”, em oficinas de escrita, e a opinar sobre temas como o desemprego, a emigração ou a demografia.

Workshops

Nos próximos dias 18 e 25 de janeiro, para os mais curiosos, há workshop de fanzines no Contagiarte, no Porto. Mas de Braga a Vila Franca de Xira, as oficinas acontecem um pouco por todo o país. Para não perder nenhuma, basta ficar atento à página do projeto.

Em janeiro, chegam as oficinas criativas. Os envolvidos são desafiados a criarem desde fanzines – que são depois trabalhadas por profissionais e impressas – a curtas-metragens de três minutos – com material e apoio profissional. Quem já experimentou as oficinas de escrita, pode até aproveitar o texto e adaptá-lo ao guião, até porque a única exigência omnipresente é que tenha a ver com a Europa.

Para quem é mais dado aos trabalhos manuais, pode sempre fazer postais, que serão depois “ajustados” digitalmente, já que todos os trabalhos que saírem destas oficinas serão depois distribuídos por todo o país. Uma publicidade original que, segundo o contrato, terá de chegar a 75 mil cidadãos.