O hóquei subaquático é um desporto em crescimento a nível nacional. Apesar de ter sido inventado há mais de 50 anos em Inglaterra, o primeiro mundial aconteceu em 1956, só na última década chegou a Portugal.

Desde aí, a modalidade ganhou adeptos e jogadores por todo o país. A seleção nacional, criada há quatro anos, compete já com as melhores, como o Reino Unido, a França e a Austrália. O pico do crescimento da modalidade deu-se em 2011 quando Coimbra recebeu o campeonato do mundo.

Regras do Jogo

Uma partida de hóquei subaquático é jogada entre duas equipas. Cada uma composta por seis jogadores titulares e seis substitutos. Ao longo da partida pode haver quatro substituições. A partida dura 30 minutos, divididos em duas partes de 15 minutos. O objetivo de cada equipa é marcar golo, ou seja, introduzir o disco na baliza adversária, tal como no hóquei em patins. O disco é semelhante ao disco de hóquei no gelo, pesa cerca de 1,4 quilos e tem 8 centímetros de diâmetro. Os atletas utilizam o equipamento de mergulho (máscara e barbatanas) e um taco com a cor da touca. O hóquei é praticado em piscinas com 25 metros de comprimento e 12,5 de largura. A baliza mede três metros. O contacto físico é proibido, apoiar-se no fundo da piscina também. O jogo é arbitrado por três árbitros, dois dentro de água e um terceiro fora. Aquando de uma falta, o árbitro que se encontra fora de água cria um sinal acústico para que o jogo seja interrompido.

O campeonato nacional conta já com seis clubes. O Clube Zupper de Ermesinde é o campeão regional de Hóquei subaquático. Entre homens e mulheres contam com mais de 30 jogadores desta modalidade que definem como “exótica” e “exigente”. Orgulhosos de vencer o troféu da época passada treinam já para a próxima temporada.

Nuno Ribeiro, presidente dos Zupper, fundou o clube há dois anos porque queria apostar numa modalidade diferente. Sobre a situação da modalidade em Portugal não tem dúvidas: “De ano para ano o campeonato está melhor e a modalidade tem crescido mais do que podíamos imaginar”.

António Silva, treinador da equipa, não fica surpreendido com o aumento da popularidade do desporto, pois “para quem gosta de água, se juntarmos um desporto coletivo, é algo espetacular. Quem vem experimentar depois não quer outra coisa”.

Miguel Sá, jogador federado diz que a única razão que leva as pessoas que experimentam a não ficarem é o elevado esforço necessário para jogar: “É difícil ir muitas vezes abaixo de água e jogar sem poder respirar, mas a maior parte experimenta e fica a gostar. Também é muito bom para os pulmões.

Muitas pessoas “nem acreditam que isto existe”

Apesar do aumento do número de adeptos e atletas, o desporto continua bastante desconhecido para a maior parte da população. António Silva dá um exemplo: “Muitas pessoas pensam que andamos de patins debaixo de água”. Sérgio Geraldes, atleta da equipa, comenta: “Muitos nem acreditam que isto existe, temos de mostrar fotos e vídeos, se não pensam que estamos a inventar. Depois temos de explicar como é que o público vê, quais são as regras, etc”.

Como o desporto é totalmente subaquático, quem está fora de água não consegue ver o jogo. “É um desporto um bocado egoísta porque só quem está a jogar é que consegue ver”, diz Sérgio Geraldes. Para contornar a situação, nos jogos oficiais utilizam-se câmaras subaquáticas que filmam o jogo e transmitem em direto para ecrãs nas bancadas.

Para Nuno Ribeiro o objetivo em Portugal é aumentar o número de atletas e clubes e tornar o desporto mais conhecido pelo público para que se consigam encher as bancadas como quando aconteceu o campeonato do mundo. A nível internacional, a federação mundial de atividades subaquáticas tem reunido esforços para tornar o hóquei subaquático num desporto olímpico.