André Moniz, de 30 anos, e Frederico Câmara, de 35, são dois antigos alunos de Engenharia Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) que criaram a WeGoOut, uma plataforma social online de descoberta de eventos de todo o mundo, lançada há cerca de seis meses. Imagine-se uma agenda à escala mundial de eventos de arte e lazer.

O quê, quando, onde e com quem… É a isso que a WeGoOut pretende dar resposta. “Queremos ser um guia de lazer mundial que agrega eventos do Facebook, locais do Foursquare e as fotografias do Instagram”, conta ao P3 um dos mentores do projeto, Frederico Câmara.

Depois de terem participado no programa do Start-Up Chile, os jovens empreendedores chegaram à mais conceituada aceleradora no Brasil, a 21212, com uma ideia bem diferente daquela que deu origem à fundação da WeGoOut: “Fomos selecionados, no Brasil, através de um projeto que consistia numa rede social para conhecer pessoas… Depois percebemos que a dificuldade não era conhecer pessoas, mas sim saber para onde ir para as conhecer”, sustentou Frederico.

Assim, os antigos alunos da FEUP chegaram ao conceito da WeGoOut, que se baseia no Facebook como fonte de eventos para marcar agendas por todo o mundo. “O Facebook é a fonte geral porque é lá que está tudo”, acrescenta o técnico. Há eventos para todos os gostos e feitios. Com o “log in” efetuado através da conta de Facebook, a WeGoOut mostra aos utilizadores uma agenda com recomendações personalizadas com base nos amigos de amigos e pessoas que segue no WeGoOut e, “em breve, gostos do utilizador no Facebook”, mencionou o técnico.

“Queremos que os organizadores dos eventos e donos dos locais coloquem diretamente os eventos na plataforma”, afirmou o engenheiro informático, descrevendo que o principal feedback negativo foi “a qualidade dos eventos”. Para conseguir dar um carimbo de qualidade aos eventos que figuram nas agendas da WeGoOut, foi criado um mecanismo automático que permite melhorar as recomendações dos eventos.

Surge assim a “curadoria“, que permite dar uma garantia da qualidade dos eventos aos utilizadores através da ajuda de marcas e agentes culturais que ajudem na sugestão e promoção de eventos.

“Qualquer pessoa ou marca no mundo pode ter uma aplicação para iPhone para fazer a agenda”, explicou Frederico. O grande desafio é, segundo o co-criador do projeto, “conseguir fazer dinheiro”, o que não é fácil para “pequenas start-ups”.

Os utilizadores não pagam, quem paga são os organizadores do evento, mas que têm acesso gratuito à “app”. Com a aplicação, para além de haver um guia de eventos, os utilizadores fazem “check in” quando chegarem ao local do evento, o que permite aos seus amigos saberem onde estão. De acordo com o engenheiro informático, este é um serviço “pioneiro no mercado atual”, apesar de já haver um serviço semelhante mas que surgiu demasiado cedo.

“Há tentativas de fazer coisas iguais em Portugal, é onde temos mais concorrentes”, observa o empreendedor. “Os curadores sãos os pilares e os utilizadores as peças-chave”, afiançou Frederico. A “curadoria” foi lançada na semana passada e a aplicação para Android sai dentro de uma ou duas semanas. A plataforma conta com mais de cinco mil instalações da “app mobile” para iPhone, com mais de cinco mil visitas mensais no site e com mais de 30 mil utilizadores registados.