No debate de ontem à noite, Miguel Relvas garantiu que o problema do desemprego jovem o deixa bastante preocupado, depois da intervenção de uma aluna da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto sobre o mesmo tema.

Relvas confirmou que “a questão dos jovens é uma preocupação permanente” deste governo, acrescentando ainda a promessa de que o governo vai financiar os estágios profissionais em 12 meses com um valor mensal de 670 euros.

As declarações de Miguel Relvas aconteceram durante o debate no Clube dos Pensadores e ficou marcada pela intervenção do movimento “Que se Lixe a Troika“. O grupo, que não tinha mais do que 25 pessoas, interrompeu o discurso de Relvas logo no início do debate ao som da canção de intervenção que marcou o 25 de Abril de 1974, “Grândola Vila Morena“. Relvas aceitou a intervenção e solicitou a audiência a cantar juntamente com os manifestantes.

Grupo exigia demissão do ministro

O grupo chegou a exigir a demissão do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, ao mesmo tempo que entoavam frases como “Fascismo nunca mais.”, “Basta de políticas de direita” ou “Assim não vai dar”. Aos membros do governo foram ainda dirigidas as palavras “gatunos” e “fascistas”.

A Troika

O ministro afirmou que o programa da troika está bem definido e que o governo conseguiu, inclusive, antecipar o regresso aos mercados em Janeiro, quando estava definido apenas para setembro. Para além disso, garantiu que a meta para o défice de 2012 tinha sido cumprida e que o mesmo acontecerá em 2013, concluindo que “não podemos prometer aquilo que não somos capazes de fazer”.

A acesa intervenção resultou, contudo, num mal-estar geral na sala onde decorria o debate, protagonizando-se momentos acesos entre os manifestantes e o moderador do debate Joaquim Jorge, que acusou os contestatários de não serem democratas.

Após a interrupção o grupo abandonou a sala e o debate prosseguiu. Foram discutidos pontos fundamentais das políticas do atual governo entre a audiência e o ministro, expondo os cidadãos as suas dúvidas acerca da atual situação do país ao ministro adjunto.

Protesto não desencorajou Miguel Relvas

Nem a intervenção inicial, nem as perguntas da audiência desmoralizaram Miguel Relvas que afirmou que “nestas circunstâncias” este tipo de situações não o “desencorajam”. Relvas garantiu “não ter qualquer tipo preconceito” nem “nenhum tipo de reserva”.

Em resposta aos pedidos de demissão, Relvas afirmou que a opção de o governo ir ou não embora acontecerá em 2015, acrescentando ainda que “os portugueses podem saber se querem continuar com um caminho que lhes está a resolver os problemas ou se querem voltar a ter mais do mesmo”. Tranquilo, afirmou ainda que a pior coisa que pode acontecer a um membro do governo é amedrontar-se, admitindo levar as suas convicções até ao fim. “A melhor maneira de ter medo é ter coragem”, acrescentou.