Em Sacriston, nordeste de Inglaterra, em fevereiro de 1933, nasceu aquele que viria a ser um dos maiores ícones e personalidades da história do futebol: Robert William Robson, conhecido por todos como Bobby Robson e distinguido como Sir em 2002. Considerado por todos um exemplo autêntico do cavalheirismo à moda britânica.

Colecionou golos, vitórias, títulos, distinções e prémios. Lutou cinco vezes contra o cancro que o teimou em perseguir até finalmente o vencer, em julho de 2009. Esta semana, a 18 de fevereiro, Robson completaria 80 anos. Ficou a memória de um caminho vitorioso e dificilmente igualável.

“Gone but not forgotten” [Ido mas não esquecido]

Os ingleses gostam de usar esta expressão para homenagear e descrever os que deixaram uma marca forte ao longo da sua vida. Em terras de sua majestade, Roy Hodgson, selecionador da Inglaterra, relembrou, nas comemorações do 80.º aniversário do treinador, que Sir Robson foi “uma inspiração como homem e treinador de futebol”.

Também André Villas-Boas esteve presente na cerimónia, em Gateshead, e agradeceu a Robson pela oportunidade que lhe deu. “É um dos grandes treinadores da história do jogo. Sem ele provavelmente não estaria onde estou. Deu-me a oportunidade única de me envolver no futebol”, disse.

Palmarés

1978 -FA Cup -Ipswich Town
1981 -Taça Uefa – Ipswich Town
1991 – 1992 -Campeonato holandês -PSV Eindhoven
1994 -Taça de Portugal – FC Porto
1994 – 1995 -Super taça de Portugal – FC Porto
1995 – 1996 -Campeonato português – FC Porto
1997 – Supertaça Europeia – Barcelona
1997 -Taça de Espanha – Barcelona
1997 -Super Taça de Espanha – Barcelona

O jovem treinador, que já passou pelo FC Porto, era vizinho de Bobby Robson precisamente quando este treinava a mesma equipa. Na altura com 16 anos, Villas-Boas abordou o inglês sobre a táctica que utilizava na altura e Robson ficou impressionado com os conhecimentos do jovem. Acabou por não só seguir um dos conselhos de André, como também o ajudou a tirar um curso de treinadores.

José Mourinho, adjunto do treinador inglês no Sporting, FC Porto e Barcelona, não se cansou de elogiar Bobby Robson. O atual treinador do Real Madrid via em Bobby um “homem de grande paixão”.

João Ricardo Pateiro, jornalista da TSF, recordou o empenho e alegria do treinador inglês. Em entrevista ao JPN, garantiu que Robson “treinava como se não houvesse treino amanhã. Era um homem de entrega total, disponibilidade e uma energia muito positiva”, sublinhou. O jornalista destacou ainda uma qualidade especial de Robson: “Quando ele estava presente reinava a boa-disposição, e isso é um dom que pouca gente tem”, afirma.

O espírito ainda dá força

Shola Ameobi, jogador do Newcastle United, último clube treinado por Bobby, diz que o treinador fez dele “aquilo que é hoje” e acredita que a equipa pode usar o espírito de Robson como força para o jogo da 2.ª mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa, frente ao Metalist.

Bobby Robson deixou um verdadeiro legado na história do futebol, mas não se ficou por aí. A luta que travou durante anos contra o cancro levou à criação de uma fundação de luta contra a doença. Abriu em 2009, tem o seu nome e dedica-se a alertar para os perigos do cancro, recolher donativos e colaborar com cientistas para a descoberta de medicamentos que ajudem a combater a doença.