De acordo com a Lusa, a discussão do sistema de educação dual austríaco e da crise financeira do euro são os principais motivos da visita do Primeiro-Ministro a Viena. Associados a estes temas estão, também, o reforço dos contactos bilaterais com o chanceler e o futuro da União Europeia.

O sistema de educação austríaco

Na Áustria, os estudantes podem escolher entre uma via teórica ou uma abordagem prática. Este sistema apresenta semelhanças com o sistema educativo alemão que foi, recentemente, elogiado pelo ministro da Educação, Nuno Crato.

Esta sexta-feira, os ministros têm agendada uma visita a um instituto de ensino na capital austríaca e uma conferência de imprensa conjunta. O programa conta, ainda, com uma reunião com o presidente austríaco, Heinz Fischer.

“Queríamos convidá-lo para uma cerveja”

Foi à saída da Ópera de Viena que Passos Coelho, acompanhado pelo chanceler austríaco, Werner Faymann, foi convidado para uma cerveja por um grupo de jovens portugueses emigrantes. De jantar marcado com o chefe de estado, o ministro adiou o encontro para as 23h30.

Uma abordagem estratégica

“Convém-lhe receber este pequeno grupo e dialogar. É a maneira de poder também mostrar, ‘ah somos superiores a esta gentinha que está para aqui a cantar umas músicas e a tentar revolucionar'”, afirma Vasco em declarações à Lusa.

Os seis portugueses, cinco residentes na capital e outro na vizinha Eslováquia, abordaram o ministro sobre a situação económico-financeira portuguesa. A conversa, que durou mais de uma hora, foi caracterizada pelos jovens como “pessoal” e “direta”, em declarações à Lusa.

O grupo mostrou-se surpreendido pela atitude, mas não pelo discurso. “Só podia ter dito o que disse. Assim que entrámos naquela sala, o que se seguiu foi o que eu esperava”, afirmou Vasco, um dos jovens.

Ainda com a “Grândola” a ecoar no ouvido, o grupo interpretou a atitude de Passos Coelho como uma questão de estratégia política. David, outro dos membros, admite que o grupo tinha a intenção de cantar a música que tem caracterizado as últimas semanas, mas que o ministro os convenceu a sentar “à mesa e beber chazinho”.