A crise ainda não se fez sentir em negócios antigos, como o de conserto de rádios. Pelo contrário, o facto de as pessoas terem menos dinheiro leva-as a mandar consertar o aparelho que têm em casa em vez de comprar um novo.

Júlio Ginja, proprietário do estabelecimento Telmo & Diegues Lda, na Rua da Torrinha, é dos poucos que tem formação no conserto de rádios e afirma que às vezes pode demorar até 10 horas a acabar um serviço. Segundo Júlio, “os rádios muito antigos só têm uma banda de ondas médias, em que já não existe transmissão”.

Mas então o que é que leva as pessoas a consertarem rádios antigos? O proprietário diz que é apenas para os conservar, uma vez que os aparelhos mais antiquados já não apanham qualquer frequência nacional.

Pedro Viterbo, proprietário da loja Máquinas de Outros Tempos concorda com Júlio Ginga e reforça a ideia do colecionismo. De acordo com Pedro, as pessoas mandam arranjar rádios que já têm em casa por fazerem coleção ou por uma questão de preservar uma espécie de herança familiar.