São principalmente os níveis iniciais que registam uma maior procura por parte dos alunos. Cátia Graça, professora de alemão na Universidade do Porto garante que o “nível mais procurado é sempre o inicial, nomeadamente o A1. O número vai diminuindo à medida que se avança de nível”.

A prosperidade e as oportunidades de emprego que a Alemanha oferece são um atrativo cada vez maior para os jovens, que vêem no país uma oportunidade para mudar de vida. Cátia confirma que a maior parte dos alunos do curso, “procuram o mercado alemão” acreditando que essa seja a principal razão para o aumento significativo do número de estudantes da língua.

Ainda assim, os futuros emigrantes não são os únicos interessados na língua. “Temos, também, uma percentagem de alunos, ainda que mínima, que procura o curso porque tem interesse na língua ou porque sempre gostaram de línguas”, confirma.

Engenheiros, médicos e farmacêuticos no topo da lista

São principalmente os estudantes de engenharia que procuram estes cursos de alemão. Aos engenheiros, seguem-se estudantes de Medicina e de Ciências Farmacêuticas. Arquitetura também tem registado um aumento na procura do curso. Licenciados e alunos do ensino superior são a maior fatia de alunos, juntando-se ainda desempregados, principalmente, licenciados.

Apesar de os alunos de humanidades e de línguas serem menos do que estudantes de cursos ligados às ciências exactas, Patrícia do Vale, aluna de Ciências da Comunicação na Universidade do Porto acredita que “saber mais uma língua é sempre vantagem”. Apesar de não ter a emigração em mente, Patrícia acredita que “mais vale prevenir do que remediar.” “A porta portuguesa pode não chegar a abrir, por isso, convém começarmos a traçar outros caminhos”, acrescenta.

Cátia Graça faz um balanço positivo destes três anos de curso, confirmando que a planificação do curso foi sendo alterada com o tempo. “Houve um esforço ao longo destes três anos em ir sempre de encontro às necessidades dos alunos”. Houve preocupação em passar do “mero ensino do alemão para passar a trabalhar especificamente os alunos para as necessidades na Alemanha.” Para isso têm optado por trabalhar “temas específicos do trabalho” e “áreas técnicas” para que os alunos adquiram as “estruturas básicas mínimas” para poderem trabalhar na Alemanha.