Esta modalidade, representada pela Associação Portuguesa de Rugby em Cadeira de Rodas, colabora diretamente com a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) que garante contactos, promoção e apoio logístico ao rugby adaptado.

O Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais disponibiliza o espaço, na Tocha, para os treinos da equipa, assim como a equipa técnica e o treinador. Mensalmente, são três dias de estágio. Já no que toca aos apoios financeiros necessários para realizar este desporto, está previsto que sejam disponibilizados para 2013, pela Federação Portuguesa de Rugby.

Luís Vaz tem 25 anos e ficou tetraplégico após um acidente sofrido em 2007. Jogador de Rugby Adaptado adaptado, fala da importância dos apoios financeiros: “São necessários para comprar cadeiras especiais, para a prática da modalidade. São mais resistentes e aerodinâmicas, mas têm um custo extremamente elevado, cerca de 3 mil euros cada”, explica.

Outros apoios pontuais surgem também do Comité Paraolímpico Português, da Associação Salvador – Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que atua na área da deficiência motora e da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, que inicialmente representava a modalidade de Rugby Adaptado.

Com tantos apoiantes, o Rugby Adaptado em Cadeiras de Rodas começa a destacar-se a nível nacional, embora os problemas financeiros tragam vários impedimentos aos interessados. “Há cada vez mais gente interessada em obter informações e formação no âmbito do Rugby Adaptado, mas com a falta de apoio financeiro e, consequentemente, de condições, alguns intervenientes começam a desmoralizar”, explica Luís Vaz. Ainda assim, os treinos mensais contam já habitualmente com seis a 10 jogadores e um corpo técnico de quatro pessoas.

Porto: Colóquio sobre Desporto Adaptado

Sexta-feira, dia 28 de fevereiro, por volta das 21.30 horas, terá inicio um Colóquio no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett. Luís Vaz (Engenheiro do Ambiente e Atleta de Rugby em cadeiras de rodas), João Pedro Bártolo (Jornalista e Atleta de Basquetebal em cadeiras de rodas), Rui Corredeira (Prof. Auxiliar da Faculdade de Desporto da UP) e Maria João Andrade (Médica e Chefe de Serviço do Centro Hospitalar do Porto) são os oradores. A inscrição é gratuita, mas obrigatória, através do e-mail [email protected] ou através dos números de telefone: 22 619 98 60 ou 22 209 71 38

A prática de desporto, sendo importante para qualquer ser humano, traz muitas vantagens para pessoas que sofrem de uma deficiência motora. Os benefícios para a saúde adquiridos com a atividade física, mesmo que esta seja condicionada, juntam-se ao fator positivo de integração social.

Segundo Luís Vaz, “o desporto adaptado facilita a recuperação física e psicológica do trauma sofrido, obtendo-se assim um outro ponto de vista das limitações que a sociedade e as pessoas condicionadas pensam ter”. No caso dos desportos coletivos, como o Rugby, o convívio com pessoas com o mesmo tipo de limitações leva a uma partilha de experiências de vida e, muitas vezes, à quebra de tabus em áreas como a vida social, o trabalho, lazer ou mesmo a sexualidade.

Os objetivos para o futuro da equipa atual de rugby adaptado ainda não passam, para já, pelos Paralímpicos. É necessário, em primeiro lugar, criar as condições materiais necessárias para formar uma equipa que, só assim, pode evoluir. As apostas seguintes serão a formação de mais equipas, sobretudo na área do Porto – onde existe o maior número de interessados -, para estas poderem, posteriormente, entrar em torneiros para equipas de iniciação, e mesmo em competições internacionais.