Esta semana, a sala Miragaia, na Alfândega do Porto, abriu portas para Nicole D’Almeida, professora da Universidade de Sorbonne, em Paris. A investigadora falou da comunicação e da construção da identidade e da marca empresarial. Esta primeira oradora abordou exemplos práticos e realçou a importância da eficácia e da coerência na comunicação empresarial, sublinhando a importância do management. “A comunicação é como um maestro de uma orquestra. Possui vários instrumentos para atingir a comunicação”, disse.

Rogério Santos, professor universitário, chegou a seguir, com a História da Rádio no Porto. O orador trouxe à mesa a era romântica dos anos 50, a década das radionovelas e dos discos pedidos, que criaram uma intimidade locutor-ouvinte. “A partir dos anos 50, a rádio
expandiu as suas horas de emissão”, referiu.

Num registo mais dinâmico, Manuel Teixeira, chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto, falou da responsabilização dos atores comunicacionais, sem esquecer exemplos reais.

Estes foram os oradores que constituíram o painel da manhã. Após uma pausa para almoço e uma visita à exposição “Comunicar”, o seminário recomeçou com Custódio Oliveira, consultor de comunicação. A sua intervenção debruçou-se no papel do storytelling na comunicação política. O conferencista usou um exemplo americano do uso desta ferramenta e os dados das suas repercussões para mostrar o quão importante o storytelling é, nos dias de hoje.

Aquários e peixes

O último painel contou com Carlos Mota Cardoso, psiquiatra e professor universitário, que se pronunciou sobre a comunicação e a psicologia. Mota Cardoso explicou a comunicação aos olhos da ciência e as suas várias influências, destacando que “hoje, cada um só diz ao outro o que pode dizer, raramente diz o que deve dizer e nunca diz o que realmente quer”.

O último tópico abordado foi a exposição “Comunicar“, que está patente no Museu dos Transportes e Comunicações (edifício da Alfândega). A intervenção esteve a cargo de Suzana Faro, coordenadora do museu e da exposição. A responsável explicou a constituição das várias partes da exposição e quais os seus objetivos principais junto do público, referindo que “esta exposição procura valorizar a comunicação nas suas várias vertentes e potencialidades”. Suzana Faro terminou com uma frase que convida à reflexão: “Para ver o aquário de fora é preferível não ser peixe”.