O estudo de Ana Luísa Almada e Manuela Silva, do serviço de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, defende que o “desejo intenso, intrusivo e irreprimível pelo consumo de chocolate”, conhecido por “craving”, deve ser alvo de maior atenção devido aos problemas de saúde que pode provocar.

Segundo a investigação, publicada na Ata Médica Portuguesa – a revista científica da Ordem dos Médicos -, o chocolate é consumido “em momentos de stresse emocional, devido às suas propriedades reconfortantes” e promove a distração e relaxamento de quem o ingere. Para além disso, as propriedades “estimulantes, relaxantes, euforizantes, afrodisíacas, tonificantes e antidepressivas” do chocolate podem conduzir a um estado de “elevado prazer, energia ou excitação” por parte dos dependentes.

Ana Luísa Almada, em declarações à Agência Lusa, realça ainda a existência de vários graus de “craving”: nos mais graves, “em que se encontram preenchidos os critérios para dependência”, o “craving” por chocolate pode ser considerado uma adição. Nos mais ligeiros, pode existir apenas uma confusão terminológica entre o gostar, o desejar e o “craving”.

Apesar de não existir “tratamento específico” para o “craving”, o estudo revela que consumir chocolate em períodos de saciedade – e não em momentos de fome – e fazer exercício físico em intensidade moderada podem ajudar a reduzir o desejo.