Bem perto do centro da cidade, o Parque Biológico de Gaia é um refúgio natural que conserva mais de duas mil espécies em estado selvagem. Com 35 hectares de área agro-florestal, o centro ecológico aposta na educação ambiental, na preservação das espécies locais e na proteção dos ecossistemas.

Comemorações

Ao longo do ano vão decorrer, no parque, várias atividades comemorativas do 30.º aniversário. A 22 de março vai ser inaugurado o Centro de Interpretação do Património da Agurada. Em abril e maio serão é a vez dos Parques da Quinta das Devesas e da Ponte Maria Pia.

O projeto, que agora comemora 30 anos, nasceu da necessidade de um espaço que se dedicasse à educação e à realização de visitas de estudo. Intervir a nível local e criar uma consciência ecológica e sustentável foram as principais razões que levaram à abertura, em 1983.

Inaugurado no espaço da antiga Quinta da Cunha, cresceu ao longo destes 30 anos: os dois hectares iniciais transformaram-se em 35. Telma Cruz, representante da instituição explica que, atualmente, o Parque Biológico participa em vários projetos por toda a região.

“A exposição de animais nunca foi o objetivo”

A proteção das espécies locais é uma prioridade do projeto ambiental. O Centro de Recuperação do Parque Biológico recebe dois mil animais selvagens feridos, anualmente. Deste número, consegue salvar um terço dos casos. Alguns voltam ao estado selvagem, outros ficam em cativeiro. Nos últimos anos, o número de animais feridos tem vindo a aumentar.

Telma Cruz explica a diferença entre um Jardim Zoológico e o Parque: “O nosso objetivo é a educação ambiental. A exposição de animais nunca fez parte do projeto. Nós temos os animais no seu estado selvagem.” Atualmente, encontram-se no parque mais de duas mil espécies entre fauna e flora. Plantas autóctones e centenas de animais selvagens e domésticos vivem no seu estado natural.

Turismo Natural

Criado a pensar nas escolas, os visitantes do parque são cada vez mais variados. Telma Cruz afirma que o número de visitas de estudo ao parque desceu, mas foi compensado pelo aumento de turistas: “Vendemos o nosso produto na região e para a Galiza, cada vez temos mais serviços. Como temos o parque de auto-caravanas, chegam turistas da França e Alemanha”.

Dentro do parque, distinguem-se várias áreas. Entre elas, a Quinta de São Tusso e o Biorama, dois espaços temáticos: se o primeiro pretende mostrar os animais e o quotidiano do meio rural característico do passado, o segundo simula ecossistemas antigos ou com características de outras regiões do planeta.

Telma Cruz afirma a existência de diferentes motivos para a visita ao parque: “Normalmente, os animais são a principal atração, mas há pessoas que vêm pelo interesse na botânica, outras querem tirar fotografias à natureza, algumas vêm pelo património”, conclui.