Dois cientistas israelitas, Abraham Zangen e Yiftach Roth, desenvolveram um capacete que emite ondas magnéticas para o cérebro que pode ajudar a combater doenças como a depressão, Parkinson, autismo e dependência do tabaco.

O capacete, ao emitir ondas magnéticas para o cérebro, estimula o sistema nervoso enquanto os pacientes estão conscientes. A investigação israelita realizou um estudo no qual envolveu mais de três mil pessoas de todo o mundo. Para cada problema, foi criado um capacete diferente, de forma a ser adaptado para transmitir as ondas magnéticas às áreas certas do cérebro.

Em declarações ao Ciência Hoje, o presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências, Nuno Sousa, explica que “a estimulação cerebral profunda, nomeadamente através de ondas magnéticas, é uma técnica que tem vindo a ser desenvolvida há vários anos” e tem apresentado “resultados relevantes”. A neuromodelação “pode promover alterações no funcionamento de quadros depressivos resistentes”, adianta ainda Nuno Sousa.

A Food and Drug Administration (FDA), autoridade americana reguladora do medicamento e alimentação, já emitiu um certificado para autorizar a utilização deste sistema de ondas magnéticas no tratamento da depressão.

Resultados do estudo

Ao nível da psiquiatria verificou-se que os pacientes reagiram de forma positiva quando submetidos a este sistema. A investigação concluiu que 32,6% dos pacientes tratados com as ondas magnéticas apresentaram uma completa recuperação da depressão e 38,4% demonstraram uma melhoria substancial.

No que diz respeito à dependência do tabaco, foram testados 115 fumadores, que fumavam pelo menos 20 cigarros por dia, e que já tinham tentado deixar de fumar recorrendo a outros métodos. Os pacientes fizeram sessões de 15 minutos por um período de três semanas.

Os resultados obtidos mostraram-se promissores. No início do tratamento, os pacientes tiveram algumas dores de cabeça, mas não se registaram “danos na capacidade cognitiva dos participantes”, adianta Limor Dinur Klein, da Universidade de Telavive, Israel. No final do tratamento, 44% das pessoas pararam de fumar e metade dos que não deixaram diminuíram o número de cigarros que fumavam por dia.