O Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, IPATIMUP, foi criado em 1989 sob alçada da Universidade do Porto e, por isso, esta segunda-feira, comemora 24 anos. Entre os primeiros quatro “laboratórios associados” a serem criados pelo Ministério da Ciência e Do Ensino Superior, o IPATIMUP tem como principal objetivo a compreensão das causas e da evolução das doenças oncológicas.

Em comunicado, a instituição afirma que o avanço no diagnóstico precoce, a maximização da eficiência de tratamento, a melhoria na qualidade de vida dos doentes e a diminuição da incidência de cancro na população, são as principais prioridades. O IPATIMUP junta diversas áreas cientificas, como medicina, biologia, genética, farmácia e biofísica, na investigação em Oncologia e Genética Populacional.

É uma associação privada sem fins lucrativos que conta com nove associados efetivos, entre os quais a Câmara do Porto. Já as faculdades de Medicina, Ciências, Nutrição, Medicina Dentária, Farmácia da Universidade do Porto e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, são associados aderentes. O Hospital de S. João e o Instituto Português de Oncologia (IPO) também estão incluídos nesta categoria.

A cerimónia

A cerimónia de abertura será feita pelo Manuel Sobrinho Simões e Raquel Seruca, membros da direção. Está prevista uma conferência, dada por Rui Mota Cardoso, sobre “Os Amigos do IPATIMUP e a Filantropia”. Segue-se a homenagem aos atos de filantropia pela professora Miriam Halpern Pereira.

O dia do IPATIMUP

É já habitual a realização do dia do IPATIMUP, na data do seu aniversário. O laboratório homenageia as instituições e figuras que “lhe merecem reconhecimento e gratidão”, afirma a secretária da direção, Fátima Magalhães, e dedica o dia ao apoio filantrópico que caracterizou a última década. “Este ano, vamos cingir-nos àqueles que o fizeram sem ter qualquer relação com o IPATIMUP”, especifica Rui Mota Cardoso, membro da difusão da Ciência.

“The Late David and Esther Bernstein Halpern Fund” foi pioneiro na ajuda financeira sem retorno ao IPATIMUP. Este ano foi o eleito como representante de “todos os gestos filantrópicos” e será representado pela professora Miriam Halpern Pereira.
Agora, o laboratório conta com 14 empresas nacionais e internacionais no apoio filantrópico.

“Golden years” do IPATIMUP

Os melhores anos do IPATIMUP foram 2011 e 2012, com a publicação de 370 artigos em revistas científicas internacionais, e em que somou, também, 35 doutoramentos em universidades nacionais e estrangeiras.

Mas ainda os avanços no “domínio dos cancros do estômago, tiróide, mama, intestino e no da genética populacional e forense”, e o “diagnóstico em cancro e doenças pré-cancerosas e a consultadoria para 30 países de todos os continentes”, foram, segundo palavras de Manuel Sobrinho Simões, em comunicado, metas importantes.

O sucesso também foi alcançado pelo desenvolvimento de atividades de investigação de translação e de inovação e, por último, através da “consolidação científica do apoio a escolas do ensino primário e secundário”.

Ironicamente, 2011 também foi um ano de resultados negativos, consequência da diminuição do investimento financeiro para o IPATIMUP. “Nos últimos dois anos, tem vindo a diminuir imenso a comparticipação financeira por parte das entidades do Estado”, explica Rui Mota Cardoso ao JPN.

A Unidade de Prestação de Serviços Diagnósticos do IPATIMUP foi reconhecida pelo College of American Pathologists, em 2004, e obtiveram, em 2012, a certificação ISO18001, pelo processo de implementação de um Sistema de Gestão de Risco.

Na previsão do futuro, Manuel Sobrinho Simões afirma que a “situação vai piorar em 2013”, devido a um corte no financiamento. Ainda assim, Rui Mota Cardoso sublinha que o importante é dar continuidade ao trabalho, independentemente das adversidades.