De acordo com o Wall Street Journal, um relatório indica que as vendas de filmes aumentaram de forma significativa depois de sites como o Megaupload terem sido fechados o ano passado. O estudo, que contradiz outras investigações, foi conduzido por Brett Danaher, do Wellesley College (EUA), e por Michael Smith, da Universidade de Carnegie Mellon (EUA).

Os investigadores dizem que “fechar o Megaupload e o Megavideo fez com que alguns consumidores passassem da pirataria baseada em sites de alojamento para a compra ou aluguer através de canais digitais legítimos”. Estas conclusões contradizem estudos anteriores que sugerem que o encerramento dos sites pouco ou nada fez para diminuir a pirataria online.

Ainda assim, os investigadores admitem que os números do estudo se limitam a 18 semanas após o fecho do Megaupload e que não sabem se o aumento nas vendas e alugueres se manteve no tempo ou não.

Explicação muito simples para uma questão complexa

Quando questionado se era contra ou a favor de sites de pirataria, João Sousa Cardoso, docente de História e Teoria do Cinema, admitiu ao JPN que “haverá países onde a precária condição económica em que vive a generalidade da população pode ajudar a compreender sociologicamente o fenómeno do acesso a filmes de modo não regulamentado”.

O docente disse ainda que relacionar o aumento das vendas de filmes com o fecho de sites pirateados “é uma explicação muito simples para um fenómeno complexo”.

Segundo João Sousa Cardoso, “o importante é pensar como podem as pessoas ter acesso ao cinema de mais difícil acesso”, e exemplifica: “Como podem os portugueses ter acesso aos filmes da história do cinema português, sem ser na Cinemateca Portuguesa ou a ter de assinar canais por cabo?”.