Tal como o JPN avançou na passada quinta-feira, o reitor da Universidade do Porto (UP), José Marques dos Santos, apresentou esta sexta-feira, em reunião com o Conselho Geral, uma proposta de atualização do valor das propinas nas licenciaturas. Em vez dos atuais 999 euros, os estudantes passariam a pagar cerca de 1037 euros, o máximo legalmente estabelecido.

A justificação deste aumento passava, essencialmente, pela diminuição do financiamento previsto no Orçamento de Estado à universidade mas esta decisão não deixou os alunos – representados pela Federação Académica do Porto e pelas associações de estudantes – satisfeitos.

No entanto, parece que não existia motivo para preocupação. Hoje, os membros do Conselho Geral da Universidade do Porto (CGUP) não tiveram dúvidas e votaram de forma unânime contra o aumento: 21 votos rejeitaram a proposta do reitor.

Pedro Bragança, estudante de Mestrado Integrado em Arquitetura e representante dos alunos no CGUP, foi quem inicialmente demonstrou maior preocupação com este aumento, devido à situação – cada vez mais delicada – dos estudantes.

Depois deste desfecho, diz-se “muito satisfeito”, pelo “nível de maturidade política e institucional que a Universidade do Porto conseguiu ter perante uma situação de dificuldade da própria instituição”. “Isto exige uma enorme seriedade dos seus membros e orgãos, que demonstraram hoje um sentido de responsabilidade extraordinário”, sublinha.

Por detrás da decisão, conta, esteve a consciência, de todos, da “situação socioeconómica do país, dos estudantes, das famílias e as grandes dificuldades que estão a passar” – uma situação “comprovada por números que também foram apresentados [esta sexta-feira] na reunião do Conselho Geral”.