O Centro de Apoio Social e Associativo CASA lançou uma nova plataforma digital com informações necessárias para recém-chegados ou para quem pensa emigrar para o Grão-Ducado.

O Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), que em 2007 foi eleito como a melhor instituição portuguesa na Europa e a segunda a nível mundial, lançou, no início do mês de março, um novo site com informações para os muitos portugueses que estão a pensar emigrar para o Luxemburgo, assim como para aqueles que já se encontram no país.

As informações estão divididas em várias secções, como, por exemplo, a questão do custo de vida, os salários, a procura de emprego, o ensino e os abonos familiares. O site explica, também, como obter uma autorização de residência e onde homologar os diplomas, assim como disponibiliza uma agenda cultural com atividades variadas para a comunidade portuguesa no Grão-Ducado.

Números preocupantes

Dos quase 16.200 desempregados no Luxemburgo, em 2011, cerca de 5.700 eram portugueses. Segundo José Trindade, o número já se encontra, atualmente, acima dos 7 mil. Em 2011, cerca de 5 mil portugueses escolheram o Luxemburgo como novo país de residência, juntando-se, assim, aos cerca de 85 mil portugueses que hoje estão oficialmente inscritos no Consulado Geral de Portugal no Luxemburgo. A este número juntam-se portugueses que ainda não estão registados, muitos deles sem alojamento e sem trabalho.

“Não é o momento ideal para as pessoas emigrarem”

Em entrevista ao JPN, José Trindade, presidente do CASA, explica que os três principais problemas dos recém-chegados são o trabalho, a habitação e a dificuldade em encontrar uma boa escola para os filhos. É necessário que as pessoas tenham noção de que o Luxemburgo “é um país que dá determinadas condições, mas, ao mesmo tempo, é preciso a pessoa trabalhar, descontar e cotizar para que tenha direitos”, porque “viver no Luxemburgo sem trabalhar é muito complicado”, alerta José Trindade.

Uma das grandes dificuldades para o recém-chegado são as barreiras línguísticas. O idioma estrangeiro que os jovens portugueses costumam aprender na escola é o inglês. No entanto, o Luxemburgo tem três línguas oficiais – o luxemburguês, o francês e o alemão -, que dominam o mundo do trabalho no país. Isto torna a procura de emprego difícil para alguns licenciados, nomeadamente aqueles que exercem funções onde estão em contacto direto com crianças, idosos ou pessoas em geral. Neste sentido, o CASA propõe cursos de francês e luxemburguês.

“É preciso dar condições às associações”

“As instituições governamentais pedem às associações para que elas façam mais, mas é preciso dar condições às associações para que esse trabalho possa ser executado”, afirma José Trindade.

Além desta primeira dificuldade, é importante salientar que a procura de habitação também é um obstáculo sério. O preço das rendas é, em relação a Portugal, muito elevado (veja aqui um exemplo do site). Segundo o presidente do CASA, “há muitas pessoas que vêm para pousadas da juventude no Luxemburgo, mas estas dão dormida e não residência“. Muitas destas pessoas “pegaram no seu carrinho e vieram”, revela o entrevistado.

José Trindade aconselha os jovens que querem emigrar “a informarem-se em primeiro, através de organizações, como o CASA, para não se aventurarem”. “O site está bem claro, com aquilo que as pessoas ganham, o que as pessoas têm de pagar para viver neste país, e o que, depois de contas feitas, lhes resta ao fim do mês”.

O CASA trabalha em conjunto com o Serviço de Emigração do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), passando assim a informação explícita para algumas camaras municipais de Portugal.