A partir de junho deste ano, os centros de saúde poderão contar com um diagnóstico mais rápido do vírus VIH, com o claro objetivo de procurar diminuir os diagnósticos tardios de deteção do vírus da SIDA. Para já estão disponíveis verbas para a aquisição de 40 mil testes.

Hospitais “aderentes”

São 17 os hospitais previstos e 14 já têm o sistema em pleno funcionamento. Fazem parte do programa os hospitais da Universidade de Coimbra, os hospitais de Setúbal, do Barreiro, Egas Moniz, Pulido Valente, Amadora-Sintra, Santarém, Tâmega e Sousa, Santa Maria. Preve-se que, brevemente, vão aderir os hospitais das cidades de Gaia, Braga, São João e Matosinhos.

Normalmente, os doentes estão já fragilizados quando iniciam o tratamento nos programas de controlo da doença. Agora, os testes rápidos de VIH/Sida permitem ter acesso aos resultados em apenas trinta minutos. No entanto, segue-se, posteriormente, a confirmação por meio de análise laboratorial.

No último ano registaram-se menos quatro mil testes de diagnóstico precoce que, António Diniz, coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção VIH/SIDA, considera preocupante. O objetivo é reduzir para 35% os diagnósticos tardios.

De acordo com o coordenador, até ao momento já manifestaram disponibilidade para aderir ao programa “diagnóstico rápido” as administrações regionais de saúde do Norte, onde estarão envolvidos seis centros de saúde, e do Centro do país, onde três estabelecimentos vão integrar o programa.

Estatísticas

Estima-se que, a nível internacional, 30% dos diagnósticos são tardios. Em Portugal, a percentagem sobe para 65%, mais do dobro do resto da Europa.

Um dos objetivos do Programa Nacional de Prevenção e Controlo do VIH/Sida era a redução, até 2010, de 25% das mortes causadas pela infeção. No entanto, o decréscimo foi apenas de 8%. Uma das principais causas era prcisamente o facto de o diagnóstico da doença ser, na maioria das vezes, tardio, pelo que as pessoas infetadas chegam demasiado tarde ao sistema de saúde.

A generalização do acesso rápido a testes de deteção do VIH/Sida em centros de saúde e urgências hospitalares vai, assim, colmatar falhas no programa de prevenção e permitir o diagnóstio prévio do vírus. O projeto vai arrancar no segundo semestre deste ano quando estiverem estabilizados o programa de troca de seringas e o programa informático para conhecimento do vírus da SIDA.