As “Segundas-feiras sem carne” é um movimento que tem como objetivo minimizar o impacto do consumo de carne no planeta e nos seres-humanos. A máxima é: não comer carne às segundas-feiras, ou noutro dia qualquer da semana.

Paul McCartney, ex-membro dos Beatles e ativista dos direitos dos animais e do planeta, está à frente das “Meat Free Mondays“, nos EUA. Para ele, o movimento irá “reduzir biliões e biliões de animais que são abatidos para o nosso consumo todos os dias, todas as semanas, todos os anos”. McCartney acrescenta que o consumo massificado de carne, “na opinião dos médicos, está a causar algumas das maiores doenças na nossa saúde, atualmente”.

O movimento também se estendeu a Portugal. Orlando Figueiredo, vogal na direção nacional do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza) e ativista no 2semcarne, diz ao JPN que são feitas conferências de esclarecimento em escolas do país, sobre o impacto da produção de carne na poluição mundial. A ideia é alertar as pessoas, não só para a problemática do consumo de carne, mas, também, para questões de saúde, ambiente e proteção animal.

“Segundas-feiras sem carne” no Brasil

Este movimento espalhou-se pelo Brasil e chegou ao Parlamento. O deputado Ricardo Izar apresentou um projeto de lei que cria o programa “Segunda Sem Carne”. A medida proíbe o fornecimento de carnes e seus derivados às segundas-feiras em escolas e estabelecimentos alimentícios que prestam serviço em órgãos públicos e autarquias. Segundo Izar, o objetivo é promover uma campanha educativa, pois “pesquisas médicas a respeito do consumo de carne excessivo no mundo têm associado o hábito a doenças crónicas como obesidade, enfermidades cardiovasculares, diabetes e vários tipos de câncer”, explicou.

A indústria da carne é uma das mais poluidoras no planeta. Paul McCartney cita, no vídeo oficial do “Meat Free Mondays”, que o relatório da ONU “Livestock long shadow – environmental issues and options”, afirma que a indústria da pecuária é responsável por 18% dos gases com efeitos estufas que experienciamos atualmente. Para o ex-Beatle, “querer salvar ou comer animais é uma decisão pessoal, mas quando compromete a sustentabilidade ambiental, já não é uma escolha individual. Já temos de ter alguma responsabilidade para fazer algo pelas nossas crianças, pelos nossos semelhantes neste planeta e para as gerações futuras”.

Apesar de o dia escolhido ser a segunda-feira, o que acontece é que, muitas pessoas, quando aderem ao movimento, estendem as segundas para outros dias da semana, aumentando assim o consumo de receitas vegetarianas.

Orlando acrescenta que, apesar de ser só um dia por semana, é melhor do que nada. O ativista conhece pessoas que têm aumentado o consumo de refeições vegetarianas, em função das “Segundas-feiras sem carne”, e aproveitam receitas para fazer noutros dias da semana, “continuam omnívoros mas têm essa sensibilidade”, diz.

Este movimento não obriga as pessoas a serem vegetarianas, o que, segundo Paul McCartney, facilita a adesão ao movimento. É uma ideia acessível de que “as pessoas estão a gostar, pois cria um dia da semana em que há algo diferente no cardápio, algo interessante chega, mas o mais importante é que as crianças sabem que estão a fazer alguma coisa para ajudar o seu próprio futuro”.