O projeto começou em 2011 mas só agora ganhou forma. A PLACES – Plataforma de Acessibilidade, foi apresentada esta sexta-feira na Reitoria da Universidade do Porto (UP), com a premissa de tornar mais intuitivo, simples e acessível o acesso a vários conteúdos que nem sempre estão estruturados para todos.

Composta por vários tutoriais que permitem perceber melhor os documentos Word, Powerpoint e ficheiros HTML, a PLACES pretende servir alunos, professores, gestores e produtores de informação, para que possam criar conteúdos prontos a ser compreendidos por qualquer utilizador, independentemente das limitações físicas ou tecnológicas.

O objetivo é possibilitar um acesso à informação mais fácil, graças aos vários formatos suportados pela plataforma online: texto, linguagem gestual e vídeo legendado. Bruno Giesteira, docente no curso de Ciências da Comunicação da UP, afirma que a PLACES “responde a uma necessidade” que se tem vindo a sentir “ao longo dos anos”. “Observámos que a produção de documentos que queríamos era muito limitada”, até porque, “conseguimos ter online uma série de conteúdos que explicam como formatar vários documentos de forma intuitiva e acessível” explica.

O projeto, financiado pela Universidade do Porto e pela Fundação Calouste Gulbenkian é, segundo António Silva, colaborador do Serviço de Apoio ao Estudante Deficiente (SAED-UP), uma “ajuda a tornar acessível mais suportes e formatos que continuam a ser inacessíveis” apesar dos avanços tecnológicos. Mas a plataforma destina-se não só a pessoas com necessidades especiais, até porque conta com um design universal que “permite que todos acedam independentemente das suas capacidades físicas”, afirma Diamantino Freitas, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

A PLACES já se encontra disponível aqui e qualquer utilizador pode aceder à versão online do e-book “Produção de Conteúdos Acessíveis”, que já inclui tutoriais sobre estruturação e compreensão de vários tipos de documentos informativos. Quanto ao futuro, o PLACES poderá vir a ter aplicações para smartphones e tablets, mas essa é “uma ideia que ainda está a ser pensada”, sublinha Bruno Giesteira.

Alice Ribeiro moderou a apresentação da plataforma, que contou com a representação das várias instituições que apoiaram o desenvolvimento do projeto. Para a responsável pelo SAED, a PLACES quer tornar a produção e o acesso ao conhecimento “menos frustrante para alguns e mais estimulante para todos”.