No início desta semana teve lugar, em Oslo, na Noruega, uma conferência onde foram debatidos os objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. O diretor-geral da Organização para o Desenvolvimento Industrial, Kandeh Yumkella, explicou que “a poluição no ar está a causar mais mortes do que o HIV e a malária juntos”.

Para os representantes da ONU, este aumento da poluição deve-se ao uso abusivo de combustíveis fósseis que, por sua vez, intensificam o efeito de estufa na atmosfera. De forma a combater este problema climatérico que afeta a saúde de milhões de pessoas, as políticas nacionais devem incentivar projetos de energia solar, hidráulica e eólica.

Poluição das casas é mais prejudicial

Segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à poluição nas casas, e 3,3 milhões devido à poluição exterior.

Francisco Ferreira, da Quercus, aponta alguns problemas de saúde decorrentes da poluição, que levam, posteriormente, à morte. “Na saúde humana, a qualidade do ar tem prejuízos enormes ao nível das doenças respiratórias e cardiovasculares”. Na opinião do coordenador da área da energia e das alterações climáticas da Quercus, existem “muitas pessoas, à escala mundial, que morrem prematuramente por causa da má qualidade do ar”.

Francisco Ferreira destaca a importância das ações da sociedade no combate à poluição, não só a nível individual mas também político e organizacional. Assim, é importante “reduzir o tráfego rodoviário, promover uma mobilidade mais sustentável, melhorar a tecnologia das indústrias de forma a emitirem menos poluentes”. Para o responsável da Quercus, é necessário trabalhar de uma forma integrada, onde política, tecnologia e ciência trabalham em conjunto para o mesmo fim: a diminuição da poluição mundial.

No entanto, a Quercus relembra que não é só a humanidade que sofre com os níveis elevados de poluição. O coordenador da energia e das alterações climáticas alerta para os problemas nos ecossistemas e na vegetação. “As florestas são devastadas pelas chamadas chuvas ácidas e nota-se uma perda de rendimento em muitas culturas agrícolas e florestais devido ao ozono”.