Há quem faça “countdowns” para a Queima das Fitas, há quem já se vá preparando para as noites mais longas e há quem já faça contas aos trocos que sobram da mesada. Afinal, é já a 25 de abril que os bilhetes são postos à venda e são poucos os que não querem estar presentes na maior festa da Academia. Prova disso é a adesão anual, que ronda os 300 mil estudantes.

Como manda a tradição, é a Monumental Serenata que dá início aos festejos. À 00h01, da madrugada de sábado para domingo, dia 5 de maio, a “mancha preta” reúne-se frente à Cadeia da Relação. Apesar dos “amores de estudante”, são muitos os que, este ano, se veem dividos entre os acordes da guitarra e a vibe “Sem Crise” de Gabriel, o Pensador. O brasileiro atua na primeira noite do queimódromo, depois da inauguração pela banda vencedora do concurso da Federação Académica do Porto (FAP), CruzaMente.

Preços mantêm-se inalterados

A pensar nos estudantes, a Federação Académica do Porto decidiu manter inalterado o preço dos bilhetes, tendo em conta o ano passado. Assim, os diários custam 7,5 euros todos os dias, exceto quinta, sexta e sábado, em que sobem para 8 euros. Mas para quem vem de fora, os preços podem não ser tão convidativos: 14 euros todos os dias, exceto quinta, sexta e sábado, em que sobe para os 14,5 euros. A caderneta semanal mantém-se nos 56 euros.

Ainda assim, o ponto alto da festa dos estudantes está previsto precisamente para uma semana depois, a 11 de maio, com Gogol Bordello. “O maior investimento do cartaz” deste ano, que gerou rebuliço muito antes da confirmação oficial, atrairá certamente muitos estudantes – não só do Porto, mas de outras Academias do País. Rúben Alves, presidente da FAP, espera mesmo a presença de público espanhol, que tem “inundado o manager da banda de e-mails”, a pedir a venda de bilhetes online. No mesmo dia, os portugueses Brass Wires Orchestra prometem um início à altura das expectativas da plateia.

Mas antes de sábado, as atividades previstas prometem noites longas e momentos inesquecíveis para os estudantes. Domingo de manhã, que para muitos é a continuação da noite, os finalistas soltam as fitas ao vento na Missa da Benção das Pastas, a decorrer, como habitual, na Avenida dos Aliados.

Durante a noite, Azeitonas, já “veteranos de Queima“, voltam a subir ao palco principal, depois de, no ano passado, nem a chuva ter feito o público arredar pé. Também desta vez, depois de terem partilhado a noite com Rui Veloso, aquecem o público para um “dinossauro” da música portuguesa: José Cid. “Como o macaco gosta de banana”, espera-se que os estudantes se rendam aos grandes clássicos que, quase sem saber, sabem de cor.

Clássica quinta-feira de Xutos tomada por dupla de Dj’s

A segunda-feira promete ser um dia mais “alternativo”, com Manel Cruz e os amigos a marcar presença com Supernada. Depois, os tão falados Bloc Party que finalmente conheceram a confirmação oficial. Quim Barreiros não falha na terça-feira, depois do típico Cortejo, que mostra os estudantes à cidade do Porto. E antes do “rei” Quim, que continua a ser um dos pontos altos da semana, a Banda Red volta ao queimódromo, numa réplica da mesma noite, em 2011.

Para quem abusar nas barraquinhas (este ano, cerca de 130), mantêm-se ainda os típicos autocarros gratuitos da Queima. Apesar de quase sempre circularem sobrelotados, são uma óptima opção para quem não quer gastar (mais) dinheiro em transportes públicos – principalmente quando as horas tardias os tornam mais escassos.

Quarta-feira conta com a presença assegurada de Mónica Ferraz, a voz de “Go Go Go” e “Golden Days“. Em dúvida estão os Expensive Soul, os “mágicos” de Leça da Palmeira, que continuam em conversações com a organização. Quinta-feira, ao contrário dos habituais Xutos & Pontapés – que atuam na sexta -, é dia de Dj’s. Ainda não há nome de abertura mas 2 Nice Dj’s prometem continuar a festa noite dentro.

Com a mudança do dia de Xutos e a atuação de Quinta do Bill, sexta é dia de “chamar ao queimódromo outros públicos” além dos estudantes, diz Rúben Alves. Uma forma de alargar à cidade uma festa tipicamente académica.