Milhares de pessoas reuniram-se esta quarta-feira para comemorar o 1.º de maio, dia mundial do trabalhador, na Avenida dos Aliados. Entre os presentes encontravam-se desempregados a lutar por emprego, trabalhadores a pedir salários mais altos e reformados a protestar contra os cortes das suas reformas ou os descontos previstos para a segurança social. Além do habitual “Unidade sindical, CGTP!”, o povo também gritou: “Está na hora, está na hora, do governo ir embora” e “Assim não pode ser, trabalhar sem receber!”.

O dia começou às 9h, com o hastear das bandeiras dos sindicatos e atividades dedicadas às crianças. As comemorações retomaram às 15h30, com os discursos de membros da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).

Depois dos discursos, iniciou-se a marcha que contou com a participação de dezenas de sindicatos representantes de várias classes operárias – entre as quais os professores, polícias, enfermeiros e também os trabalhadores do setor têxtil e vidreiro, entre outros.

Elisabete Silva, responsável pelo movimento Juventude Operária Católica (JOC), disse que os jovens “não estão dispostos a encarar a emigração como única solução” à situação atual de desemprego. “Para mim foi muito surpreendente ver que afinal os jovens sentem isto do 1.º de maio, o dia do trabalhador diz-lhes alguma coisa”, confessa.

A “tristeza de um país a afundar-se”, é o motivo que levou Olímpia Alves, reformada, a sair até à Avenida dos Aliados com uma bandeira da CGTP. Também Olímipia Alves não concorda com a necessidade dos jovens terem de emigrar para encontrarem emprego: “Somos daqui e não de outro lado”, diz.

Jorge Madureira é polícia e também se juntou às comemorações do 1.º de maio. Ao JPN, confessou estar presente para se manifestar contra “os cortes do governo e contra os salários cada vez menores”. Lamentou ainda que os direitos dos trabalhadores estejam a ser postos em causa – “e isto para aqueles que ainda têm posto de trabalho”, acrescentou.