Café e cartão. Com a Cogus Box são apenas duas as componentes necessárias para cultivar cogumelos em casa. Basta retirar o saco da caixa, seguir umas breves instruções (ver caixa) e, entre 10 a 20 dias, os cogumelos estão prontos a ser colhidos e cozinhados. Para além disso, a caixa é biodegradável e pode ser utilizada para fertilizar plantas no fim da validade do kit.

A ideia é de Fernando Castro, jovem de 29 anos, natural do Fundão, e surgiu da vontade de reutilizar resíduos urbanos como método contrário ao “ciclo de desperdício” que caracteriza as práticas de consumo atuais. O kit de produção de cogumelos permite “transformar desperdício em comida”, explica Fernando Castro ao JPN.

Instruções

Cultivar cogumelos com a Cogus Box é simples. Basta:
– Retirar o saco da caixa;
– Cortar o saco em X;
– Recortar a janela pelo picotado;
– Colocar o saco na caixa;
– Fechar a caixa;
– Borrifar, pelo menos, duas vezes por dia;
– Colher antes da margem “desenrolar” totalmente.

Projetos semelhantes “já existiam há muito tempo”, afirma Fernando Castro, faltando-lhes, no entanto, a dimensão adequada ao cultivo “em apartamentos nas grandes cidades”. Por ocupar pouco espaço e por conjugar, por outro lado, um “design interessante”, a Cogus Box é uma solução atraente para quem quiser praticar uma alimentação mais saudável em contextos urbanos.

“Aquilo que eu quero fazer é também democratizar o cultivo e o consumo de cogumelos em Portugal. Somos o país na Europa que menos consome cogumelos per capita e, no entanto, o nosso património micológico é brutal”, sublinha.

Fernando Castro diz notar uma adesão cada vez maior das pessoas, que se deve, sobretudo, ao aumento de confiança em relação ao consumo deste tipo de produtos. “Anteriormente, perguntavam-me: ‘Isto vai-me matar? Isto é seguro?’. E agora não. A questão do medo está a desaparecer e isso é ótimo para a Cogus Box. Falo por mim e por todos os meus concorrentes”, conclui.

Fundada em 2012, a Cogus Box custa 8 euros e permite plantar cogumelos da espécie Pleurotus ostreatus. Mas Fernando Castro planeia abranger o leque de oferta: “Já estou a fazer experiências e tive bons resultados. No fim do verão espero ter duas ou três novas espécies disponíveis”, adianta Fernando Castro.