A exposição itinerante “Lygia Clark: Caminhando, em busca do próprio caminho”, está a percorrer Portugal desde o início do mês e vai fazê-lo até 30 de junho. A iniciativa faz parte da programação que assinala o Ano do Brasil em Portugal, com o objetivo de fazer chegar a cultura brasileira a terras lusas, e, desde esta sexta-feira até domingo, “estaciona” na Fundação de Serralves, no Porto.

O projeto apresenta 46 réplicas das obras de Lygia Clark (1920-1988) e concretiza um sonho da pintora e escultora brasileira em vida, que declarou, em tempos, que gostaria de “levar os bichos para Portugal e fazer, de lá até onde possa chegar, exposições em praças públicas”. “(…) Seria uma maneira de provar ser esta uma arte verdadeiramente participante no mais alto sentido(…). Compraria um trailer que se chamaria ‘Caminhando‘ e faria uma espécie de excursão de ciganos. Como eu adoraria! Seria a maior aventura da minha vida”, chegou a revelar Lygia Clark.

Lygia Clark, vida e obra

Lygia Clark (1920-1988) foi uma pintora e escultora brasileira. O trabalho da artista integra-se na Arte Moderna, pelo uso de materiais do quotidiano, de efeitos de espaço, luz e ritmo. As pinturas de Lygia não utilizam o suporte tradicional e a moldura ganha protagonismo. As esculturas oferecem uma estrutura aberta, que permite que os observadores toquem e interajam com a obra.

Para a “aventura”, está a ser utilizado um camião adaptado para o efeito, cujo interior é ocupado pelos objetos sensoriais e relacionais e o exterior por peças de maiores dimensões e vídeos da artista. Todo o trabalho conta com monitores para acompanhar os visitantes durante a exposição, a fim de orientá-los no uso dos objetos.

A exposição itinerante percorre o país de norte a sul e passa pelas cidades de Santarém, Óbidos, Porto, Coimbra, Évora, Sintra, Oeiras, Lisboa, Cascais, Faro e Lagos.