O medicamento em causa é a dexametasona, utilizado em processos alérgicos e inflamatórios e no tratamento de algumas patologias graves, como, por exemplo, em doentes oncológicos que se encontrem em fase de quimioterapia.

A importação desde medicamento pelo Hospital de São João (CHSJ) representava um encargo acrescido, já que há mais de um ano que a indústria farmacêutica não o fornecia gratuitamente em Portugal, devido ao seu baixo preço. O centro hospitalar decidiu, por isso, tirar proveito da capacidade da farmácia e começou a produzi-lo.

Contas feitas, a produção própria de dexametasona vai representar, para o CHSJ, uma redução na despesa que ronda os 20 mil euros anuais. O Hospital admite, também, que, no caso de ser viável a produção em escala, irá fornecer o medicamento a outros hospitais que, devido a falhas do mercado farmacêutico nacional, o estejam a importar.

O Infarmed, entidade nacional responsável pela regulamentação dos medicamentos e produtos de saúde, está ao corrente da situação. É esperado que, até outubro, a produção e a distribuição deste remédio, que se encontra agora em fase de testes de validade, sejam permitidas.

No fundo, trata-se de um regresso ao passado, já que, aquando da sua abertura, o CHSJ produzia os seus próprios remédios. Desta forma, o futuro passa também pela produção de outros medicamentos que perderam a patente e deixaram de ser fornecidos no país; são exemplos anti-inflamatórios, como a hidrocortisona, ou suplementos, como o lactato de magnésio.