De muitas antigas salas de cinema da cidade, nada resta. As bobines e as telas de cinema deram lugar a novos espaços - de cabeleireiros a parques de estacionamento. Dos velhos cinemas, resta a memória.

Há muito encerrados, foram demolidos e tornaram-se novos espaços. O Cinema do Terço e o Cine-Foz são agora um parque de estacionamento e um cabeleireiro com o mesmo nome da antiga sala de cinema, respetivamente. O JPN procurou saber a história de cada um dos espaços.

Cine-Foz

Ilustrações de Sara Pimenta e Susana Barbosa

O Cine-Foz já não se encontra no local onde foi construído. Como tantos outros, este cinema foi demolido dando assim espaço para a construção de um edifício e hoje contém um cabeleireiro chamado, precisamente, “Cine-Foz”.

Localizado na Esplanada do Castelo, na freguesia da Foz, o Cine-Foz teve um papel importante na história do cinema, tanto da cidade Invicta, como do país em si. Inaugurado entre 1902 e 1903, segundo Óscar Malheiro, residente na Foz, os filmes eram mudos e o cinema tinha um piano e um pianista para acompanhar a sessão.

O JPN tentou contactar Maria Estela Cardoso Cancela, residente na Régua e a neta do proprietário do antigo cinema da Foz, sem sucesso. Sabe-se, no entanto, que o Cine-Foz prolongou as suas exibições até aproximadamente 1958 e que foi, nos tempos em que o cinema dirigido ao público em Portugal dava os primeiros passos, um grande sucesso.

Cinema do Terço

Ilustrações de Sara Pimenta e Susana Barbosa

Encerrou em janeiro de 2003, entretanto foi demolido e é agora um parque de estacionamento: o Cinema do Terço foi inaugurado em 1965 e pertencia ao Instituto Profissional do Terço. Situado perto do Marquês, era composto por uma sala ao ar livre. O aumento das visitas e consequente aumento de receitas permitiu a construção de uma sala coberta.

Em 2003, Mário Dorminsky disse, em entrevista ao JUP, que “assistir a um filme e namoriscar, no intervalo, no jardim do Terço, era tão natural como ir beber um café ao ‘Pereira’ e passear no jardim do Marquês”. “Lembro-me que, nos meses de verão, o cinema tinha exibições diárias ao ar livre, diferentes todos dias”, recorda.

As verbas obtidas foram, durante algum tempo, a principal forma de financiamento do Instituto Profissional do Terço. No entanto, o espaço acabou por encerrar.