O Governo português classificou, esta quinta-feira, a Ponte da Arrábida, que liga o Porto a Vila Nova de Gaia, como Monumento Nacional. A obra, erguida em 1963, comemora 50 anos em 2013, ano em que também se comemora o centenário de nascimento do seu autor, Edgar Cardoso.

Em agosto de 2010, Manuel Matos Fernandes, diretor do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), entregou um pedido de classificação da Ponte da Arrábida como Monumento Nacional na Secretaria de Estado da Cultura, acompanhado de um “dossiê detalhado demonstrativo do valor excecional da Ponte da Arrábida”, explicou.

Em entrevista ao JPN, Manuel Matos Fernandes explica que um dos objetivos do pedido era “associar a classificação à comemoração do cinquentenário da ponte e do centenário do autor”. Contudo, havia uma preocupação com as construções feitas nas duas margens do rio. “Nós entendemos que prejudicavam, seriamente, não apenas a vista da ponte, mas também a própria leitura que as pessoas fazem do local”.

Para o diretor do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a classificação da ponte como Monumento Nacional assegura “que as novas construções tenham de ser apreciadas por uma entidade, que é a Direção Geral do Património Cultural, que tem legitimidade democrática para apreciar se as construções prejudicam ou não este património”.

“Modéstia à parte, a iniciativa foi minha”

Na altura da candidatura, a FEUP organizou uma petição para elevar a Ponte da Arrábida a Monumento Nacional. Manuel Matos Fernandes foi o principal impulsionador de todo este processo e acredita que o abaixo-assinado teve a sua importância na hora da decisão. “O que foi importante foram as razões que nós apresentamos no dossiê que subtemos no Ministério da Cultura”, referiu.

Manuel Matos Fernandes acrescenta ainda a necessidade e o interesse em conservar a Ponte da Arrábida. “A partir do momento em que a obra está classificada, há uma especial responsabilidade do Estado em conservar o património para as gerações futuras”, considerando, na sua opinião, que “o Estado somos todos nós”.