“Povos unidos contra a troika”, “Pueblos unidos contra la Troika”, “People United against austerity” são os slogans espalhados pelos 12 países da Europa que aderiram à manifestação prevista para 1 de junho, organizada pelo movimento “Que se lixe a Troika”.

Num período em que a sociedade contemporânea europeia está sob o domínio financeiro de todos os corpos que representam a Troika – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE) – a “ajuda externa” adquire duplo significado. “Sabemos que esta ofensiva aposta em vergar os povos, tornando-os escravos da dívida e da austeridade. Atravessa a Europa e também deve ser derrotada pela luta internacional”, afirma, em comunicado, a organização do evento.

Orçamento Retificativo

A manifestação internacional surge no momento em que é dado a conhecer o Orçamento Retificativo, em Portugal, que prevê, entre várias medidas, mais horas de trabalho para os funcionários públicos.

Assim, Portugal, Espanha, Grécia, Itália, França, Eslovénia, Inglaterra, Alemanha, Suiça, Croácia, Áustria e Irlanda saem à rua em protesto. Ao todo, são mais de 100 as cidades europeias que se opõem à austeridade e às medidas adoptadas pela Troika, este sábado.

Em Portugal, foram 18 as cidades que se uniram ao movimento. No Porto, no Campo dos Mártires da Pátria, mais conhecido por Jardim da Cordoaria, o protesto está marcado para as 15h30. O evento no Facebook conta já com a adesão de cerca de 900 pessoas.

Em comunicado, a organização afirma que as medidas adotadas pela política da austeridade “aniquilam direitos conquistados ao longo de décadas, acentuam o desemprego, agravam a privatização e condicionam a soberania dos países” sob a propaganda da ‘ajuda externa'”. Mas o “Que se lixe a Troika” apela não só ao fim da austeridade, mas também à demissão do executivo: “Pela demissão de um governo e a favor que sejam as pessoas a decidir as suas vidas, todos à manifestação internacional de 1 de Junho”, lê-se no site oficial do movimento.

A Associação José Afonso (AJA) também se associou à causa, através de uma mensagem pública, onde afirma que “o que é preciso é criar desassossego” e reforça a ideia de que, “acima de tudo, é preciso agitar, não ficar parado, ter coragem”. “Quer se trate de música ou de política”, lê-se.

A iniciativa recebeu várias mensagens de apoio de personalidades, como o realizador Ken Loach, o filósofo Noam Chomsky e a jornalista Pilar del Río, víuva de José Saramago, que se juntaram à iniciativa.