André Pinto e Inês Oliveira emigraram para Londres, no Reino Unido. André, de 31 anos, é formado em Educação Física e há muito que não tinha colocação no sistema de ensino português. Por sua vez, a namorada Inês, de 25 anos, formada em Desporto, tinha emprego garantido mas em “situação precária”. Na bagagem levaram “experiência e muita força de vontade”.

A eles juntaram-se, mais tarde, Catarina Faria e Benjamin Maitre, casados, ambos com 33 anos. Catarina, licenciada em Comunicação Social, ficou desempregada em agosto de 2011. Benjamin, professor de Ensino Especial, ficou sem emprego no ano seguinte. O casal vivia do subsídio de desemprego, que conseguiram exportar para o Reino Unido. Segundo eles, a decisão de emigrar “não foi fácil” e venderam os carros para levar algumas poupanças consigo.

Em Londres, os quatro amigos depararam-se com alguns problemas, como a obtenção de documentos, de locais para dormir e a procura de emprego, que levam o seu tempo. Para além disso, num país desconhecido, os contactos são poucos ou nenhuns. Ao JPN, a equipa explicou que “Catarina e Benjamin ganharam pelo conhecimento que tinham dos amigos”, Inês e André, que chegaram a Londres mais cedo.

Apesar dos obstáculos que qualquer emigrante encontra nos primeiros tempos, em Londres os quatro jovens conseguiram emprego nas suas áreas: André é professor de Educação Física, Inês é Personal Trainer e Instrutora de Zumba, Benjamin é professor de Educação Especial e Catarina é Social Media Manager. Mas não foi tarefa fácil e perderam “tempo e dinheiro na obtenção de documentos, entre outras burocracias”.

A necessidade de ajudar as pessoas originou “O Londrino”

O Londrino” é um projeto disponível através do Facebook, do Twitter ou do email, que pretende ajudar os emigrantes portugueses em Londres que, tal como os quatro portugueses que se conheceram em Coimbra, tenham dificuldades iniciais com a procura de casa e de emprego. De acordo com a equipa, a ideia surgiu “porque vários amigos com vontade de fazer o mesmo (emigrar) questionaram como se processa esta mudança de vida”.

O objetivo da iniciativa é guiar e acompanhar as pessoas na obtenção dos documentos necessários para começar a trabalhar e a viver em Londres. “Este processo, para além de fundamental, é moroso e, consequentemente, muito dispendioso”, explicaram ao JPN. A equipa acrescenta ainda que a missão de “O Londrino” é “acelerar e agilizar todo o procedimento antes da chegada das pessoas e durante a sua fase de adaptação”.

A iniciativa será alargada a outros países

Embora ainda esteja em fase de crescimento, o projeto vai ser alargado. “De momento, um dos nossos objetivos é alargar o projeto ao Brasil, Espanha e França”. Contudo, apesar de, para já, o projeto ser relativo apenas à cidade de Londres, as regras em Inglaterra são basicamente iguais em qualquer cidade do país.

O futuro ainda é incerto e a equipa não sabe se voltará a Portugal. Contudo, não pretendem regressar se não existir a certeza de que haverá “dinheiro para pagar as contas, para poder colocar comida na mesa”. Os jovens acrescentam ainda que, uma das coisas que aprenderam com esta mudança “difícil”, foi: “O hoje é bom, o amanhã será melhor”.