Moderada por Rui Rio, presidente da Câmara do Porto (CMP), decorreu, esta quinta-feira, a primeira de três conferências do ciclo “A Imprensa em Portugal – Responsabilidade ou Impunidade?”, que faz parte de uma exposição subordinada ao mesmo tema, patente na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto.

José Pacheco Pereira, professor universitário e comentador político, Pinto Monteiro, ex-Procurador Geral da República (PGR), e Pedro Silva Pereira, deputado do PS e ex-ministro da Presidência, foram os oradores convidados, para debater um tema que, desde logo, se previa polémico.

O ciclo continua

O ciclo de conferências continua a 27 de junho, às 21h15, também no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett. Desta vez, vai contar com a presença do bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, do ex-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Azeredo Lopes, e do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.

Pacheco Pereira subiu ao púlpito em primeiro lugar, com a perspetiva de que os jornalistas sabem pouco do país a que pertencem, dominados por estereótipos. “Existe aqui um problema que é a enorme promiscuidade que existe entre a política e os jornalistas”. O professor universitário acrescentou ainda que o humor nas notícias está a dominar a razão e a seriedade no jornalismo, e que existe uma partilha de opinião entre os jornalistas que deve ser desencorajada. Por tudo isto, concluiu: “O país não é o que aparece nos jornais”.

Com uma visão mais direcionada para o Direito, o magistrado Fernando Pinto Monteiro deixou no ar a questão: “Não haverá uma análise independente na comunicação social sobre a censura?”. O antigo PGR diz que, atualmente, a censura é subtil, mas que “a pior censura que pode haver é a autocensura”. Defensor de uma “melhor convivência entre a imprensa e a política”, não deixou de frisar que “a comunicação social em Portugal está, em grosso modo, na mão de grupos económicos”.

Pedro Silva Pereira, ex-ministro de Presidência, foi o último orador da conferência e apresentou uma série de casos práticos daquilo que considera ser má imprensa portuguesa, inerente ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, no polémico caso do Freeport. Silva Pereira aproveitou para fazer referência a alguns acontecimentos particulares (ver imagem no topo superior esquerdo).