Fala-se nos prémios que tem ganho e Sofia fica embaraçada. “No panorama da arquitetura portuguesa acho que não sou ninguém, ainda. Mas sinto-me uma privilegiada por todas estas oportunidades e reconhecimentos que tenho tido”.

No fundo, é a modéstia a falar. No vocabulário de Sofia Santos, de 25 anos, estudante finalista da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), “oportunidades e reconhecimentos” significa “prémios e distinções”. Em 2012, já tinha vencido o Prémio Secil. Há poucos dias, venceu o Prémio de Excelência do “Campus Development Forum/International Students Workshop”, da Escola de Hotelaria de Lausanne (EHL), na Suíça.

É caso para perguntar: “Qual é o segredo?”. “Nem eu própria sei… A escola de onde eu venho estimula muito a discussão com outros colegas e acho que isso é importante. Nunca desenvolvi um trabalho de forma muito individual. Procurei sempre ouvir opiniões e acho que é um bocado por aí. Além de um balanço equilibrado entre trabalho e boa disposição”, revela a jovem ao JPN.

384 e mais um: Sofia Santos

A verdade é que o nome de Sofia vai ficando no ouvido de quem se move, de forma influente, na área, e, por causa da mais recente distinção, vai trabalhar, durante algum tempo, no gabinete Richter Dahl Rocha, para desenvolver o projeto que lhe valeu o Prémio de Excelência.

Importa referir que, na Suíça, concorrência foi o que não faltou à estudante portuguesa. Eram outros 384 alunos de arquitetura, de vários países, a querer o que Sofia alcançou. “O que era pedido era uma residência para estudantes, com 970 quartos, um centro desportivo e também um hotel de treino para os alunos” da Escola de Hotelaria de Lausanne.

Mas como é que alguém se destaca de entre mais de 300 candidatos? “Acho que me distingui porque pensei que nem todos os estudantes vivem da mesma maneira e, visto que é uma escola internacional que recebe alunos de todo o mundo, propus vários tipos de quartos que se podem alterar e adaptar a diferentes vontades e formas de habitar”, diz.

Agora, o projeto vai avançar e, depois disso, novas portas podem abrir-se. “Espero que sim, mas não sei o que é que o futuro reserva”, admite Sofia Santos, já uma espécie de “menina-prodígio” da arquitetura.